AIRO quer reabertura das centrais a carvão

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Associação Empresarial da Região Oeste sugere várias medidas ao governo

A Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) pediu ao Governo a reabertura das centrais a carvão até à normalização dos preços, salientando que tal permitirá um aumento de produção energética até 1,8 gigawatts. Simultaneamente, reclama uma diminuição da carga fiscal sobre todos os produtos energéticos, “o simplificar e acelerar das medidas previstas no PRR e PT2030 no âmbito da eficiência energética, neutralidade carbónica e comunidades de energia” e ainda uma maior “liberalização dos mercados energéticos, nomeadamente do gás, permitindo a entrada de novos operadores no mercado e a possibilidade da compra direta pelas empresas em mercados externos, como praticado em vários países da Europa”.
Ao mesmo tempo, a AIRO sugere que sejam criadas medidas para impulsionar a investigação e o desenvolvimento de outras fontes de energia renováveis, como a energia das ondas, mas também o estreitar de relações comerciais com outros países produtores de matérias primas energéticas para suprir as necessidades energéticas imediatas de Portugal. Outra ideia da associação passa pela criação de uma bolsa de matérias primas com os países próximos, por exemplo a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Numa comunicação enviada ao governo, a AIRO nota que “a eletricidade, com um aumento de 14x no ultimo ano, de 42,51€/MWH para 542.72€/MWH, à data de escrita, é incomportável para o pais esperando-se nos próximos dias valores de 600 a 700€/MWH, bem como do gás com um aumento só nas últimas semanas de 85%”.
“Estes aumentos não são comportáveis com a sustentabilidade das nossas empresas bem como da sua competitividade internacional sendo Portugal um dos países onde os custos energéticos são manifestamente dos mais altos na Europa”, pode ler-se no documento.
A AIRO, que se mostrou disponível para integrar um grupo de trabalho para encontrar soluções para esta temática, realçou os impatos económicos da pandemia de covid-19 combinados agora com a emergência de uma guerra na Europa, que “veio agravar esta crise energética, que já vivíamos em Portugal, dando-lhe dimensões que impossibilitam a sustentabilidade das nossas empresas e famílias”.
À crise energética acresce, também, uma grande dependência de matérias primas externas “face aos escassos recursos do país, o que poderá, ainda em março, elevar a inflação para duas casas decimais”, alerta a associação empresarial.