Impactos imediatos do Covid na economia

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A Praça da Fruta sem vendedores é um reflexo dos impactos da pandemia na economia

É ainda impossível perceber a dimensão dos impactos económicos da pandemia de Covid-19, no entanto, alguns são já visiveís. Nas Caldas uma grande parte dos estabelecimentos comerciais fechou, assim como os mercados. Em Óbidos, anteontem estavam abertos três dos 16 restaurantes e três das nove unidades hoteleiras da vila.

“Isto vai ter consequências muito nefastas para a economia e, sendo as Caldas da Rainha uma cidade essencialmente de comércios e serviços, ainda vai sentir mais isso, do que se tivesse uma economia baseada na produção do primeiro ou segundo sector”, nota Luís Gomes, presidente da ACCCRO, em conversa com a Gazeta das Caldas.
Além das creches e infantários, “nas Caldas já há restaurantes com quebras muito grandes, porque estão fechados”. Além disso, há “o limite das 21h00 para cafés e bares” e depois, existem os impactos “no turismo, que tem sido o grande motor da economia do nosso país”.
“Nota-se, nas Caldas e no país, um clima de receio. Não só do vírus, mas também das sequelas económicas”, conta o dirigente, fazendo notar que a economia só é importante se houver saúde.
Luís Gomes ainda não conseguia responder qual a percentagem de associados que tinham fechado as portas. “Muitos estabelecimentos, por iniciativa própria, estão a fechar, seguindo as recomendações da DGS”, conta. Por outro lado, se não há pessoas na rua, a actividade comercial fica reduzida a praticamente nada e não é rentável ter portas abertas.
O que a ACCCRO tem feito é precisamente passar a informação superior. “Não somos donos de nada nem de ninguém, as pessoas é que fazem o que acham que é melhor consoante as directivas do Estado”, explica.
Por outro lado, também dado aconselhamento e ajuda a esclarecer as dúvidas relativamente aos layoffs e outras questões que preocupam os empresários.
“Ainda é muito cedo para tentar perceber até onde isto vai e quais os verdadeiros impactos”, faz notar, apontando à decisão de quarta-feira sobre o estado de emergência.
A associação está a funcionar através de teletrabalho, “porque é possível”.
No seu negócio, uma imobiliária, decidiu fechar portas no final da semana passada. “Desde que apareceu o vírus na Europa os contactos começaram a escassear. Já não se estava a conseguir trabalhar, porque as portas estavam abertas mas os clientes não apareciam”, frisa.

EM ÓBIDOS ESTÃO ABERTOS 3 DOS 16 RESTAURANTES

“Óbidos é uma vila fantasma neste momento”, garante Carlos Martinho, presidente da associação comercial Óbidos.Com. É ele quem revela à Gazeta que dos 16 restaurantes que existem na vila, estão abertos apenas três. E que ao nível das unidades hoteleiras, das nove existentes, estão abertas três, todas pertencentes ao Grupo Pestana.
“Os estabelecimentos que não estão encerrados devem encerrar até quarta-feira, até porque não há clientes”, explica o dirigente. “É uma imagem muito desprestigiante para uma vila que tem as ruas sempre cheias de gente”, diz, acrescentando que, em vez de ver 30 ou 40 autocarros de manhã a chegar à vila, agora são apenas dois ou três.
No Parque Tecnológico, onde trabalham cerca de 200 pessoas, algumas empresas estão a funcionar através do tele-trabalho.
Também este responsável faz notar a necessidade das medidas do Governo entrarem em funcionamento, porque depois será necessário equilibrar financeiramente as empresas.
Carlos Martinho faz ainda notar que os tempos são de incerteza, o que dificulta o planeamento. “Vamos tentando resolver um dia de cada vez, porque não sabemos o dia de amanhã”.