CP continua a desprezar a linha do Oeste

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Gazeta das Caldas

O quadro abaixo mostra o estado a que chegou a linha do Oeste com nove comboios suprimidos num só dia (neste caso o dia 11 de Agosto) porque a CP não tem material circulante para fazer o serviço.
Gazeta das CaldasAs supressões continuam a acontecer a um ritmo quase diário e nem sempre a empresa oferece serviço rodoviário alternativo, deixando os seus clientes “pendurados” ao longo da linha, sem qualquer informação, à espera de comboios que não passam.
Questionada pela Gazeta das Caldas, a CP respondeu aquilo que costuma responder desde há sete meses. “Conforme informação já anteriormente transmitida, a CP tem vindo a enfrentar alguns problemas na sua operação diária, decorrente de avarias e excesso de imobilizações verificadas no parque de material circulante da linha do Oeste”, disse fonte oficial da empresa.

A mesma fonte acrescenta que “a CP e a EMEF [empresa afiliada que faz a manutenção e reparação dos comboios] continuam a desenvolver todos os esforços para aumentar o nível de disponibilidade das unidades que integram o parque de material ao serviço nesta linha. Não obstante, mesmo com reposição de unidades de material circulante ao serviço, a ocorrência de imobilizações mantém-se elevada, dado o baixo grau de fiabilidade deste material circulante e os constrangimentos da EMEF ao nível da disponibilidade de pessoal”.
A empresa reconhece assim, mais uma vez, que a sua frota na linha do Oeste está velha e não consegue fazer mais quilómetros. Até agora a solução (que não tem resultado) tem sido ir buscar automotoras que já estavam desafectadas (e prontas para irem para a sucata) para voltarem à linha, mas estas acabam sistematicamente por avariar.
A CP reconhece que “mesmo com reposição de unidades de material circulante ao serviço, a ocorrência de imobilizações mantém-se elevada” e repete – mais uma vez – que “continua a desenvolver todos os esforços para aumentar o nível de disponibilidade das unidades ao serviço nesta linha”.
Estas respostas têm sido praticamente iguais desde o início deste ano quando, após o envio para o Douro de uma automotora espanhola que fazia serviço no Oeste, a situação descambou e as supressões passaram a ser uma constante. Em sete meses foram suprimidos 255 comboios sem que a empresa se tenha preocupado em encontrar novas soluções para este problema, mantendo sempre as mesmas respostas.
A linha do Oeste é, a nível nacional, aquela que tem o parque de material mais envelhecido de toda a frota da CP.