Gazeta das Caldas lança hoje no CCC livro sobre bandas e ranchos da região

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Hoje, 16 de Novembro, será lançado no CCC, pelas 21h00, o livro Bandas Filarmónicas e Ranchos Folclóricos das Caldas da Rainha e de Óbidos. A obra, que reúne artigos sobre estes grupos da autoria da jornalista Maria Beatriz Raposo ao longo de vários meses, assinala também o 93º aniversário deste semanário. No evento irá actuar a Banda das Gaeiras, entidade fundada no mesmo dia da Gazeta das Caldas em 1 de Outubro de 1925.

 

Reunida neste livro está a história de 12 ranchos folclóricos das Caldas e cinco de Óbidos, todos os que actualmente se encontram activos. Mas nele também se pode encontrar o percurso das bandas filarmónicas das Caldas da Rainha, de Óbidos e também do Bombarral, Nazaré, Alcobaça e Cadaval.
A autora, Maria Beatriz Raposo, conta que aprendeu “imenso com os grupos”, dado que as bandas filarmónicas e os ranchos folclóricos, “atravessam um momento de evolução e valorização”.

Em relação às bandas filarmónicas, considera que hoje “há mais qualidade e é normal que estas actuem num palco como o do CCC com um repertório mais variado”. Actualmente interpretam trechos de músicas de filmes, música pop, temas clássicos e outros de compositores portugueses. Além disso, muitos instrumentistas “conciliam a banda com aulas de música no ensino articulado ou nos conservatórios, fazendo com que o nível do conjunto seja mais elevado”.
Quanto aos ranchos folclóricos, Maria Beatriz Raposo considera que hoje não basta saber dançar pois a maioria está a focar-se “na representação dos costumes e das tradições da sua terra ou região”, algo que requer rigor ao nível dos trajes, da postura em palco, dos objectos. “Cada um dos elementos representa um papel e deve ter consciência disso”, acrescentou.
Muitos ranchos investiram bastante em pesquisa histórica, na recolha dos cantares e dos trajes e também falaram com as pessoas mais antigas das aldeias.
Há 50 anos “a Guerra do Ultramar roubou muitos elementos jovens aos ranchos e às bandas”, enquanto que actualmente o problema são “os telemóveis, os trabalhos por turnos, as idas para a faculdade e o número sem fim de actividades que os mais novos têm”, diz.
No caso das bandas filarmónicas, estas têm investido nas escolas de música que praticam ensino gratuito e que são “viveiros” de instrumentistas cujo objectivo é que acabem por integrar a filarmónica.
Os grupos também apostam em proporcionar experiências que vão além dos ensaios ou espectáculos. Visitas culturais, piqueniques, intercâmbios internacionais, participações em concursos, gravações de CD. “Tudo isto são ganhos extra que os elementos recebem por fazerem parte do grupo”, disse, referindo que este tipo de iniciativas serve também para fortalecer laços entre todos. Há também eventos que são essenciais para garantir a sobrevivência destes grupos, como as Tasquinhas (Expotur) ou a Feira Medieval, “onde conseguem juntar bom dinheiro”.
A autora referiu ainda que os elementos dos ranchos e filarmónicas são voluntários e que estes agrupamentos sobrevivem graças aos subsídios das autarquias e dos apoios que vêm das juntas de freguesia.