Hortas urbanas só têm um ano mas já há um “espírito de comunidade”

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Noticias das Caldas
O almoço de comemoração decorreu entre as próprias hortas urbanas | I.V.

No dia 18 de Junho celebrou-se o primeiro aniversário das hortas urbanas nas Caldas (projecto do Orçamento Participativo), com um almoço convívio e festa pela tarde dentro. Mais de uma centena de pessoas participou no aniversário, que teve, claro, direito a bolo. O espírito de comunidade que se vive nas hortas é o ponto forte do projecto.

Mais do que promover uma alimentação mais saudável, uma fuga ao stress, uma poupança na carteira, ou uma ligação com a terra, as hortas urbanas são um projecto que tem ligado as pessoas. O espírito de união, companheirismo e amizade entre os utilizadores transparece a cada visita.
Num muito quente dia 18 de Junho o projecto assinalou o seu primeiro aniversário e mais de uma centena de pessoas – entre utilizadores e familiares – estiveram presentes. Várias gerações, à mesa, partilharam experiências e conhecimentos.
Havia 140 litros de sopa (de feijão ou canja), perto de 90 quilos de carne (febras, costeletas, entremeadas e salsichas), acompanhados de pão, batatas fritas e salada (ali colhida). Não faltou uma farta mesa de frutas e sobremesas pois cada um levava uma para partilhar. No fim da refeição, veio o café d’avó.
Depois de almoço alguns conversavam sobre a actualidade e a tragédia de Pedrogão Grande não passou ao lado de ninguém. Outros, orgulhosos do seu trabalho, foram mostrando as suas hortas aos familiares e amigos. Os mais novos jogavam à bola.
Seguiu-se a animação com o karaoke e o DJ Joel Simão, que colocou os mais bem-dispostos a cantar e a dançar.
O caldense Henrique Martinho foi convidado pelo cunhado. Já conhecia o projecto, porque tinha vindo na festa anterior e salientou a importância do mesmo. “É uma oportunidade de os jovens se ligarem à terra e à agricultura”, afirmou.
Elogiou a comida que estava “espectacular”, mas também “o ambiente que aqui é óptimo”.
Carlos Pimenta, que é o cunhado, foi também um dos cozinheiros de serviço. Tem aqui uma horta desde o primeiro dia e tem tentado “ajudar as pessoas que não sabem”.
Destacou as condições que existem nas hortas urbanas: “temos tudo o que é preciso”.
Já o presidente da Câmara Tinta Ferreira, disse que este é “um bom exemplo” em termos de projectos do Orçamento Partiipativo, salientando o espírito de comunidade criado.
Questionado pela Gazeta das Caldas acerca da possibildade de criar outras hortas em terrenos camarários, disse que isso poderá acontecer apenas caso existam muitos interessados, até porque existe outro projecto de hortas urbanas da Santa Casa da Misericórdia.

Talhões sociais não estão ocupados

As hortas urbanas são fruto de um projecto do primeiro Orçamento Participativo. A abertura deu-se a 5 de Junho de 2016. Carlos Fernandes, promotor do projecto que a 1 de Julho deixa de ser da Comissão de Gestão (tomam posse Luísa Garcia, Sabino Bonifácio e Pedro Pinto), disse que “as hortas têm futuro e esta festa comprova-o”.
Recordando o ano que passou, disse que houve sempre muitos interessados e que a participação na Feira dos Frutos deu a conhecer o projecto a muita gente. “A partir daí ainda tivemos mais inscrições”, contou.
Além de terem sido criadas infraestruturas (como a cozinha e a compostagem, entre outras), têm sido realizadas formações nas hortas urbanas. No futuro pretende-se ali criar também um forno.
O dinheiro das quotas fica guardado na Câmara para ser usado na manutenção do espaço e nos eventos.
Esta foi a segunda grande festa nas hortas urbanas (a primeira foi quando a maioria das pessoas se instalou), mas pelo meio não têm faltado convívios. Há até um grupo – a Tertúlias das Sextas – que quinzenalmente (no Inverno é semanalmente) se reúne nas hortas para umas almoraçadas bastante animadas.
Actualmente há sete talhões vagos, bem como os 20 das hortas sociais. Cada talhão tem 30 m2, que dão para abastecer uma casa diariamente.

Noticia das Calads
|I.V.

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