Museu Malhoa 90 anos na Gazeta das Caldas

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Este semanário teve um papel importante na reaproximação do pintor José Malhoa, às Caldas, sua terra natal

 

Desde o início da sua publicação, Gazeta das Caldas, sempre distinguiu José Malhoa, como Rafael Bordalo Pinheiro e a Rainha D. Leonor, como figuras marcantes da vila primeiro e da cidade depois, nas suas colunas, tendo dedicado às três personalidades, várias edições especiais ao longo de quase um século de existência.
Diremos mesmo que coube à Gazeta das Caldas um papel importante para fazer a aproximação das Caldas da Rainha ao pintor do naturalismo, uma vez que a sua instalação em Figueiró dos Vinhos, causou um certo incómodo a muitos caldenses durante um largo período.
A campanha pela re-aproximação de Malhoa à sua cidade natal, iniciou-se, de forma mais clara, em 1928, quando José Malhoa teve uma homenagem nacional na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa, a que os caldenses se associaram formalmente, chegando ao ponto de, pela pena de António Montês, desmentir uma notícia num diário lisboeta que o dava natural de Figueiró dos Vinhos.
Nesse ano, em Setembro, por ocasião da inauguração do seu busto no Largo José Barbosa e ainda de uma placa na casa onde nasceu, publicou uma memorável revista dedicada ao pintor com colaborações de Ramalho Ortigão, João Chagas, Júlio Dantas, Trindade Coelho, etc. Mais tarde, pontuou o nome do Prémio Nobel Egas Moniz, nas homenagens no jornal ao pintor naturalista José Malhoa, numa edição especial aquando da criação do Museu, a que se acrescentaram os nomes de Manoel de Sousa Pinto (crítico de arte), Mário Gonçalves Viana, D. José Pessanha, Braz Burity, Fernando Correia, Virgínia Vitorino e, no final, uma carta do próprio José Malhoa sobre o Museu.
No Centenário do Nascimento de Malhoa em 1955 e quando era (re)discutida a origem do pintor, Gazeta das Caldas dedica a edição do 15 de Maio “provocatoriamente” intitulada “Malhoa é caldense – O Mestre amou a sua terra e provou o seu amor por ela”.
Já no período da nossa direção, na Gazeta das Caldas publicámos em 1985, com o apoio da Câmara Municipal das Caldas da Rainha e do Museu José Malhoa, uma revista dedicada ao Pintor naturalista com textos de Almada Negreiros, António Duarte, João Serra, João Fragoso, José-Augusto França, Lucília Verdelho da Costa, Maria da Assunção Costa Alemos, Maria de Lourdes Bartholo, Mário Tavares, Matilde Tomaz do Couto e ainda de Saavedra Machado.
Foi nas colunas da Gazeta das Caldas que vários personalidades locais, tendo à cabeça António Montês, com a sua Liga dos Amigos do Museu,se bateram pela criação de um Museu nas Caldas, inicialmente destinada para as Artes em geral, ou ainda para a cerâmica, e que, a partir de 1933, seria dedicado ao artista caldense, José Malhoa, que na altura ofereceu várias obras suas para a coleção do futuro espaço museológico.
A sua criação com o nome de Malhoa foi anunciada na Gazeta das Caldas numa edição de 1933 pela mão deste ilustre Caldense, António Montês, que dedicou a sua vida ao Museu recém-criado, naquilo que foi uma ousadia e que, com altos e baixos, ao longo dos últimos 90 anos, chegou até nós, como o primeiro museu português feito de raiz.
Muitos parabéns ao Museu José Malhoa e aos vários caldenses que tiveram um papel insubstituível para a concretização daquele projeto! ■

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