Mais lojas do comércio tradicional aderiram à Black Friday mas o La Vie continua a ganhar a corrida aos descontos

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Black Friday
A maioria das lojas optou por estender a Black Friday até domingo

Em 2015 foi a primeira vez que o comércio tradicional das Caldas aderiu à Black Friday (tradição norte-americana em que as lojas fazem grandes promoções na última sexta-feira de Novembro), mas este ano notou-se que mais estabelecimentos quiseram participar. Uns optaram por fazer descontos em todos os artigos, outros apenas em produtos seleccionados. Houve também comerciantes a apostar nas promoções em talão, cartão de cliente ou a aplicá-las somente em compras superiores a determinados valores.
Na maioria das lojas os descontos variavam entre os 10 e 40% e prolongaram-se até domingo, transformando-se a iniciativa num “Black Weekend”. Aliás, desde o dia 27 de Novembro e até ao Natal, que o comércio de rua caldense mantém as portas abertas durante todo o fim de semana.
Aumentar as vendas, escoar artigos de antigas colecções e atrair mais clientes são os principais motivos que levam os comerciantes a aderir à Black Friday. Embora vendam a preços mais baixos nestes três dias, os lojistas asseguram que o movimento é maior e compensa a diminuição de lucro por venda. Até porque há clientes que normalmente só compravam um artigo, mas aproveitam os descontos e levam mais dois ou três.
Além disso, os comerciantes afirmam que não querem ficar atrás das grandes superfícies, neste caso do centro comercial La Vie, que esteve completamente cheio na sexta-feira. E acrescentam que nas suas lojas o caos não é tão grande, assegurando que conseguem manter um atendimento personalizado mesmo com mais gente a circular.
A Black Friday pode também ser uma oportunidade de interação com o público. Numa das sapatarias caldenses, por exemplo, existia uma roda da sorte onde os clientes tinham a chance de aumentar a percentagem de desconto em cinco ou dez porcento.
A maior parte dos clientes faz uso das promoções para adquirir produtos para consumo próprio, mas há deles cada vez mais prevenidos que recorrem à Black Friday para fazer as primeiras compras de Natal. Segundo os comerciantes caldenses, as pessoas estão cada vez mais dependentes das promoções, chegando alguns a telefonar-lhes para saberem se iriam ou não aderir à campanha.
Embora a maioria já contasse com promoções neste fim-de-semana, ainda há clientes que desconhecem a iniciativa. O que vem demonstrar que a divulgação que é feita internamente nas lojas não é suficiente nem capaz de atrair tantos compradores como aqueles que se dirigem aos centros comerciais nos mesmos dias. Por isso, os vendedores pedem que ACCCRO tenha um papel mais activo nesta iniciativa, sugerindo que a Associação Comercial averigúe antecipadamente quais serão as lojas aderentes para assim fazer publicidade prévia.

BLACK FRIDAY OU BLACK FRAUDE?

O princípio da iniciativa é que os preços sejam mais baixos, mas a DECO (Associação Portuguesa dos Direitos do Consumidor) concluiu que há casos em que as marcas sobem até 10% os preços, poucos dias antes da Black Friday. Isto após analisar cerca de dois mil produtos de lojas online. Para proteger os consumidores, a DECO lançou no dia 24 de Novembro uma ferramenta online que permitiu comparar a variação dos preços dos artigos à venda online no último mês.
Ao utilizador, que pôde usar a aplicação até a passada segunda-feira, bastava aceder ao site da Associação e inserir o link onde encontrou o produto, o nome da loja ou do artigo. Se o preço praticado aumentou, apareceu-lhe um semáforo vermelho indicando que estava a ser enganado.