Água, pedra e floresta podem ser os eixos estratégicos da região

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Inês Moreira, Maria da Conceição Pereira, Samuel Rama e a moderadora Ana Isabel Costa

A floresta, a Fedra e a Água foram os três eixos estratégicos para a Rede Cultura 2027 Leiria identificados por Samuel Rama, professor da ESAD. O docente, que faz parte do conselho estratégico da rede, salientou o potencial destes elementos, que sempre estiveram presentes e que fazem parte da génese das comunidades deste território.
Samuel Rama explicou a escolha da floresta devido ao pinhal de Leiria, que esteve na origem do aparecimento da indústria do vidro na Marinha Grande e também pela sua componente ambiental relacionada com as alterações climáticas. A pedra foi justificada pelos fornos de cal, que levaram à criação da primeira fábrica de cimento, pela relação dos povos primitivos com a pedra, pelas pegadas dos dinossauros e pela relação com o trabalho nas minas. E finalmente a água, a termal, porque esteve na génese da criação das Caldas e que se relaciona com Óbidos, com a hidráulica dos mosteiros de Alcobaça e Batalha, do Convento de Tomar e com o mar, nesta faixa costeira.
Samuel Rama foi um dos oradores do encontro do Prelúdio de Ideias em 9 Andamentos da Rede Cultura 2027 Leiria, que decorreu na tarde de 13 de Abril no CCC, sob o tema “Arquitectura e artes plásticas: os espaços, os materiais, as formas e os nossos lugares”.
A arquitecta Inês Moreira apresentou a iniciativa Open House Porto, que em dois dias abre 65 edifícios que são relevantes quer pela arquitectura, quer pela simbologia, ou porque o acesso aos mesmos não é fácil. A última edição daquele evento recebeu 32 mil visitantes.
Especialista na reconversão de património industrial para fins culturais, Inês Moreira referiu-se à Secla 3 (que visitou várias vezes), salientando que “nem sempre os finais são felizes e os edifícios se tornam centros culturais”.
A vereadora da Cultura da Câmara das Caldas, Maria da Conceição Pereira, explicou que o município tem algum património industrial que pode ser usado para a cultura, mas que a maioria tem proprietários e o seu uso está sujeito à permissão dos mesmos. Acresce que, nalguns casos, os imóveis são dos bancos, o que dificulta a comunicação.
Na fase aberta ao público, o vereador socialista Jaime Neto alertou para o potencial, em termos turísticos e culturais, do culto mariano e dos monges beneditinos na região. Já Rui Pedrosa, presidente do IPL, falou sobre o papel que aquela instituição pode e deve ter nesta rede.
A sessão reuniu cerca de 50 pessoas