Dora Tracana criou escultura para o Museu Malhoa

0
1019

“Figuras no Mosteiro” é como se designa a exposição patente no Museu de José Malhoa, da autoria de Dora Tracana. Esta escultora é da Guarda e esteve em residência artística no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, onde criou uma obra identitária para cada um dos seis museus agora sob tutela da Direcção regional de Cultura do Centro.
Para as Caldas da Rainha, a artista criou uma obra que representa uma árvore pois deixou-se encantar pelo Parque D. Carlos I, espaço que liga os dois museus, Malhoa e da Cerâmica. Juntou-lhes ainda três lagartos, que simbolizam a cerâmica local.

São 20 as esculturas da artista que  foram apresentadas nos cinco museus  da Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC) e que agora podem ser apreciadas no Museu Malhoa até ao dia 2 de Setembro. A autora foi a cada um dos seis espaços museológicos para se inspirar e criar figuras identitárias para cada um dos locais.
“Não conhecia as Caldas e quando fui pela primeira vez ao museu fiquei encantada com o espaço envolvente”, contou a escultora à Gazeta das Caldas durante a inauguração da exposição, que teve lugar a 2 de Agosto.
A sua escultura para as Caldas representa uma árvore, à qual juntou três lagartos pois “é um dos símbolos mais fortes da arte bordaliana”, explicou. A obra custa 3500 euros e o museu procura entre as empresas locais quem queira apadrinhar esta escultura de modo a que esta possa ficar no Museu Malhoa.
Para o Museu de Coimbra (Santa Clara-a-Velha) a artista criou figuras inspiradas na Rainha Santa Isabel. Para o Museu da Nazaré criou um pescador, ao passo que para  o Museu de Aveiro criou um marnoto (homem que trabalha nas salinas), para o Museu da Guarda a figura do contrabandista. Para o Museu Francisco Tavares Proença Júnior (Castelo Branco) a autora escolheu representar o fundador do museu tendo criado um arqueólogo.
Desta mostra fazem ainda um conjunto de imagens de Artur Corte-Real que fotografou as próprias obras da escultora e ainda  um vídeo de Gonçalo Barros sobre o seu processo de criação.
Segundo Artur Corte-Real, director dos Bens Culturais da DRCC, esta exposição “representa um novo olhar sobre a utilização dos espaços museológicos e sobretudo no que diz respeito às exposições contemporâneas”. Durante a inauguração deu a conhecer que a itinerância entre os seis museus vai continuar e que em breve haverá uma mostra do Museu de Cerâmica que vai estar exposta nos outros museus.
A DRCC tem em curso várias parcerias relacionadas com a exibição de cinema – a decorrer nos museus da Cerâmica e da Nazaré –, bem como realização de concertos semanais no Museu José Malhoa. Este ciclo realiza-se todas as quintas-feiras em parceria com o Conservatório local.
Artur Corte-Real salientou também que as lojas dos museus contam agora com merchadising contemporâneo e atraente, relacionado com a identidade dos museus e que permite levar uma lembrança de cada um dos espaços museológicos que se visitam. Das Caldas encontram-se agora representados em canecas, aventais, blocos, lápis e canetas as figuras do Zé Povinho (criado por Bordalo Pinheiro) e o próprio José Malhoa. Foi também criado um passaporte para os visitantes dos museus que dá descontos e benefícios aos utilizadores.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt