PS quer ouvir a Comissão de Acompanhamento antes de se tomarem decisões sobre o Hospital Termal

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O PS caldense quer que sejam conhecidas as conclusões da Comissão de Acompanhamento do Hospital Termal antes de se tomar qualquer decisão relativamente ao futuro daquele equipamento. “Se não é para ser ouvida, então para que é que foi criada a comissão, que reúne diversos especialistas?”, questionou a presidente da concelhia caldense, Catarina Paramos, na conferência de imprensa que o PS organizou na passada segunda-feira.
No que respeita à concessão das águas termais, a responsável garante que há tempo para se encontrar uma solução, em que “necessariamente o município terá que ser parceiro, negociando para que o Ministério da Saúde mantenha a sua participação”. Catarina Paramos realça que a autarquia e a tutela terão que se sentar à mesma mesa e negociar a sua participação, bem como ter uma plano do que irá acontecer ao termalismo caldense, o que não se coaduna com a pressa com que a autarquia queria ver o assunto tratado, com a votação repentina na Assembleia Municipal.
Por outro lado, “este processo não pode ser tratado ao nível de um director de serviços, ainda para mais numa altura em que houve recentes alterações no Ministério das Finanças”, acrescentou a dirigente, que considera que o mais urgente é realizar as obras que permitam a reabertura do Hospital Termal.
Os socialistas estiveram presentes na reunião da segunda comissão da Assembleia Municipal, que se realizou no passado dia 13 de Agosto e que contou com a presença do director de serviços da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), Alcântara Cruz. Nesse encontro tiveram conhecimento que ainda não foi feita a rescisão do contrato de concessão das águas termais ao CHO, “contrariamente” à informação que foi prestada na última Assembleia Municipal pelo presidente da Câmara em exercício, Tinta Ferreira, de que esse processo já estaria a decorrer.
“A decisão de rescisão do contrato pertence ao ministro da tutela e este ainda não se pronunciou sobre esta matéria”, disse Catarina Paramos, acrescentando que o director da DGEG estava à espera da deliberação do município a manifestar o interesse na concessão das águas termais para usar essa deliberação “como fundamento para iniciar o procedimento de rescisão com o Centro Hospitalar e não o contrário”.
Os socialistas levantam também dúvidas sobre a necessidade de um edifício novo para a prestação dos tratamentos termais, até porque quando questionado sobre quais os fundamentos para a sua existência não lhes foi dada, por parte de Alcântara Cruz, “a existência de qualquer estudo técnico recente com tais conclusões”.
Também presente na conferência de imprensa, Mário Tavares, disse que esta não pode ser uma decisão precipitada nem partidariamente assumida. “O hospital é a nossa origem”, lembrou, destacando a sua importância para as Caldas.

“A Câmara não é a casa do PSD”
“O resultado do inquérito [ao gasóleo] é uma desilusão e não nos sentimos minimamente esclarecidos”. Foi desta forma que o PS reagiu ao relatório de abastecimento de gasóleo nas bombas de combustível camarárias apresentado recentemente por Luís Filipe Graça Lacerda.
Catarina Paramos criticou o atraso na realização do trabalho – que era para ser realizado em 60 dias mas acabou por demorar seis meses – e destacou que o documento apenas mostra uma contabilidade de gastos de gasóleo. “Ficou apenas apurado que todas as afirmações de Fernando Costa foram caluniosas para Alberto Pinheiro e a sua empresa [Mais Produções]”.
Com o aproximar de mais uma campanha eleitoral, os socialistas querem que o PSD esclareça qual a relação entre os gastos que fez em 2009 e os trabalhos encomendados à Mais Produções. “Não podem subsistir suspeitas”, diz Catarina Paramos, adiantando que o PS teme que se voltem a passar situações destas e exige a “máxima transparência” na utilização e nas contratações efectuadas pelo município.
Também a factura do PSD emitida pelos serviços prestados durante a campanha das autárquicas de 2009 “nunca foi conhecida”, o que leva os socialistas a perguntar se as “contas relativamente às campanhas não são públicas?”.
Catarina Paramos realçou que é preciso definir que a “Câmara não é a casa do PSD”, dando como exemplo o facto de Fernando Costa ter sido chamado ao palco, durante a Festa de Verão na Expoeste, e ter tecido diversos comentários sobre as eleições e os candidatos “numa inaceitável intervenção de propaganda política”.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt