Jazz do Valado dos Frades mantém-se fiel às origens

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Abriu da melhor maneira a 16ª edição do Festival de Jazz de Valado dos Frades com um concerto de Carlos Bica (contrabaixo), acompanhado por Carsten Daer (piano) e Hanno Stick (bateria), que juntou na Biblioteca Instrução e Recreio daquela vila várias centenas de pessoas. O festival mantém a sua identidade e o seu público clássico, com espectadores fiéis que fazem centenas de quilómetros para assistirem, ou melhor, para participarem, neste ritual que transforma Valado dos Frades durante uns dias na capital do jazz em Portugal.

Se há coisas que caracterizam este evento musical, um deles é o convívio e a simplicidade que se vive na colectividade valadense durante os concertos. E outra característica é a rara valorização dos músicos de jazz portugueses, como é o caso de Carlos Bica, que é quase idolatrizado na Alemanha sendo pouco conhecido em Portugal.

O concerto de abertura teve direito à apresentação do livro “Uma estória do Jazz em Valado dos Frades”, da autoria do jornalista Mário Galego, que foi ao palco apresentar a obra. “Este livro é o resultado de uma amizade que tem muitos anos”, disse, referindo-se à sua relação com as pessoas que organizam este festival, a quem demonstrou o seu apreço. “Basta ler o que dizem os músicos que por aqui passaram para se perceber a intensidade com que eles vêm isto”, acrescentou, terminando com uma referência a Bernardo Sassetti, desaparecido há precisamente um ano. O festival prossegue com concertos a 31 de Maio e 1, 2, 28 e 29 de Junho. C.C.