Bee Organic investe 120 mil euros para reforçar produção biológica

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IMG_2284A Bee Organic está a investir 120 mil euros numa nova exploração de agricultura biológica no Campo. Este investimento vai permitir o reforço da produção, sobretudo na estação fria, para manter uma oferta constante ao longo do ano. A empresa está também a lançar um serviço de cabazes biológicos de entrega ao domicílio na zona das Caldas da Rainha.
A Bee Organic é um consórcio entre a Leira do Meio, empresa de agricultura biológica com sede nas Caldas da Rainha, e o empresário Nuno Simões, que se está a iniciar neste ramo e deverá beneficiar de apoios comunitários ao abrigo do programa Portugal 2020 para jovens agricultores.
O investimento visa criar uma nova exploração no Campo com um hectar de área, da qual 2.500 m2 são estufas. Esta exploração junta-se às duas que a Leira do Meio já tinha no Bom Vento (8.000 m2), onde iniciou a actividade, e na Macarca (6.000 m2).
“Produzimos 80 itens diferentes, no Verão temos excedentes, mas no Inverno, sobretudo entre Novembro e Janeiro, falta-nos produto e é essa lacuna que queremos preencher através de culturas protegidas”, disse Marco Gerónimo, da empresa Leira do Meio, à Gazeta das Caldas.
Esta empresa que começou por fazer agricultura convencional, mas resolveu seguir outro caminho devido “à utilização indiscriminada e cada vez mais intensificada de químicos de síntese, que prejudicam o ambiente e as pessoas”, explicou o empresário.
Já Nuno Simões, que regressou às Caldas da Rainha depois de uma experiência profissional de oito anos em Angola, procurava um negócio para se reinstalar profissionalmente em Portugal. Encontrou na agricultura biológica “um negócio motivador, que proporciona produtos saudáveis”. Juntar-se à Leira do Meio foi uma oportunidade que não quis deixar fugir porque “já tenho know how da produção e começar do zero seria mais difícil”, notou.
Os produtores defendem o consumo de produtos biológicos pela diferença de qualidade nutritiva e de sabor em relação ao da agricultura convencional.
“No supermercado encontramos produtos sazonais todo o ano, mas esses produtos têm o auge do poder nutritivo e do sabor nas épocas devidas”, explicam, acrescentando que, depois, ainda existe o perigo do impacto que têm na saúde os químicos utilizados na agricultura convencional.
Outra das diferenças, aponta Nuno Simões, é que “a agricultura convencional degrada os solos com químicos, enquanto a agriculturo biológica temos que os estimar para garantir a qualidade do produto”.

Cabaz por 17,50 euros

O modelo de negócio da Bee Organic assenta na venda directa de cabazes ao domicílio na região das Caldas da Rainha, com entregas às terças e sextas-feiras. Os cabazes podem ser construídos a partir de um formulário na página de Facebook da empresa (facebook.com/beeorganic.pt). O cabaz custa 17,50 euros e inclui 11 produtos entre uma vasta lista de raízes e tubérculos, verduras, produtos para salada, ervas aromáticas e fruta.
A empresa já vendia em cinco mercados na região de Lisboa, mas acredita neste modelo, sobretudo porque só vende aquilo que produz. “Quando nos aproximamos do consumidor criamos uma oferta com biodiversidade, enquanto que se nos afastamos do consumidor somos levados a uma cultura de um só produto e ficamos à mercê da especulação de preços”, conta Marco Jerónimo.
Também é possível encontrar os produtos da Bee Organic na loja Biológicos da Rainha.