Câmara da Nazaré quer saber se hospital israelita era uma falsa promessa

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Em 2008 a Câmara da Nazaré e a Câmara de Comércio Luso-Israel assinavam um protocolo para a instalação de hospital com tecnologia de ponta no concelho, num investimento de 200 milhões de euros.
Mais de três anos depois, nada se sabe sobre este projecto.  Por isso, a autarquia deu dez dias aos representantes dos investidores para obter respostas.

Desde que soube do interesse dos investidores israelitas em construir o hospital na Nazaré, a autarquia empenhou-se em tornar o investimento possível. Considerou-o como de interesse público municipal e disponibilizou um terreno na Pederneira, chegando até a alterar o PDM para que a unidade ali pudesse ser construída.
Não obstante o representante dos investidores, Leon Edery, ter reafirmado em Maio de 2009 que o hospital deveria começar a ser construído em 2010, o certo é que ainda nada aconteceu.
Gazeta das Caldas tentou, há uns meses, contactar a Câmara de Comércio luso-Israel para saber em que ponto estava o projecto, mas os e-mails enviados foram devolvidos e o contacto telefónico divulgado na Internet estava indisponível.
Agora é a Câmara que se queixa da falta de resposta por parte da entidade. “Apesar das diversas insistências , há muito tempo que não temos informações sobre o andamento do processo”, lê-se num documento aprovado por unanimidade pelo executivo camarário da passada semana.
Na missiva, a autarquia salienta que “ tomou as decisões que lhe competiam para permitir a viabilização do projecto” e defende que a sua importância “não é compatível com esta ausência formal de notícias, sobretudo, quanto à viabilidade do mesmo”.
Por isso mesmo, deu um prazo de dez dias à Câmara de Comércio Luso-Israel e ao representante do grupo de investidores, Leon Edery, para “informar sobre a manutenção do interesse na construção do hospital de capitais privados na Nazaré, findo o qual o município deverá proceder em conformidade”.
A autarquia abre, assim, caminho à desafectação do terreno, propriedade camarária, do projecto cuja entrada em funcionamento chegou a ser apontada para este ano.
No projecto previam-se 250 camas disponíveis que iria integrar especialidades médicas como maternidade e cirurgia, e um centro de ensino superior de Medicina. Unidades de residência assistida e serviços de investigação eram outros serviços previstos para um projecto que asseguraria 500 postos de trabalho.
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