Nerlei diz que aumentos na electricidade são “insuportáveis” para empresas

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A Associação Empresarial da Região de Leiria (NERLEI) está preocupada com os aumentos dos preços da energia eléctrica para as empresas, divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) em meados de Dezembro passado. “Esta alteração veio trazer às empresas variações de custo deste factor de produção insuportáveis e, sobretudo, desfavoráveis face a outros países da União Europeia e, para a maioria das situações, não devidamente repercutíveis nos preços dos produtos ou dos serviços finais”, aponta a associação em comunicado.

No documento, onde considera que esta é uma decisão “inoportuna e reveladora da insensibilidade”, tanto da ERSE como do Governo e outros agentes públicos com competências em matéria de energia, a Nerlei alerta que “há empresas que podem vir a sofrer agravamentos nas suas facturas energéticas em 30%”.
A Nerlei junta agora a sua voz à dos empresários que já contestaram os aumentos e pede às entidades com responsabilidades nesta matéria “que avaliem os efeitos negativos que esta medida terá na, tão desejada, recuperação económica do país”. E porque está é “uma questão deveras grave para as empresas”, a acção da Nerlei não se fica pela chamada de atenção. A sensibilização do Ministério da Economia e do Emprego, dos deputados à Assembleia da República eleitos por Leiria e da ERSE, bem como o pedido de uma audiência à entidade reguladora são as iniciativas que se seguem.
Constrangimentos à actividade empresarial apresentados à tutela

No passado dia 9 de Janeiro a Nerlei promoveu um almoço de trabalho entre os empresários locais e o secretário de Estado do Empreendedorismo, Competitividade e Inovação, Carlos Oliveira, e o aumento na energia eléctrica foi um dos constrangimentos à actividade empresarial que esteve em debate. Os furtos de cobre, os preços do gás natural, a dificuldade no acesso ao crédito, a falta de qualidade dos serviços de CTT e a excessiva carga fiscal estiveram também no rol de queixas dos cerca de 120 empresários que aceitaram o desafio da Nerlei.
Na resposta, e apesar de algumas das queixas não terem a ver com as suas competências, o secretário de Estado solicitou à associação que lhe fosse enviado um relatório completo “de forma a poder, junto dos colegas do Governo, dar o devido andamento com vista à sua resolução”, diz a Nerlei, que já enviou o documento.
Algumas destas questões têm sido regularmente alvo de intervenções por parte da associação empresarial, nomeadamente as que se prendem com os custos energéticos, as frequentes falhas de energia, a má prestação dos CTT e os furtos de cobre, e consequentes cortes nas comunicações. Por diversas vezes a Nerlei chamou o Governo e os deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Leiria à equação, tentando envolvê-los na resolução daquilo que considera serem grande entraves à competitividade das empresas.