Casa da Coruja é um espaço a pensar nas crianças

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As promotoras da Casa da Coruja Ana Ferreira e Mónica Marques, com os maridos Rui Miranda e Ricardo Eustáqio | DR

Espaço concentra o comércio de material didático amigo do ambiente e das crianças com serviços de acompanhamento ao estudo e dos tempos livres

A Casa da Coruja abriu portas no passado mês de setembro e alia um espaço de comércio de material didático a serviços de apoio ao estudo, férias escolares e eventos. O espaço, nascido dos sonhos de Ana Ferreira e Mónica Marques, traz à cidade um pouco da casa de campo, “aquele lugar que nos transporta para a casa de uma geração de avós que hoje em dia já não é tão comum encontrar”, dizem as empreendedoras.
Uma das facetas deste projeto é disponibilizar ao mercado caldense um conjunto de produtos didáticos ecologicamente sustentáveis e inofensivos para as crianças, que podem tanto ser adquiridos no espaço físico como nas plataformas online da Casa da Coruja.
Para disponibilizar estes tipos de produtos, que consistem em pastas moldáveis (equivalente a plasticina) Fischer Tips, feitas à base de amido de batata e corantes alimentares naturais, lápis de cera Crayon Rocks, feitos de cera de soja misturada com outras ceras vegetais e com uma variedade de pigmentos em pó não tóxicos, e brinquedos Binabo, pequenas peças de encaixe que permitem fazer todo o tipo de construção, feito de recursos renováveis como o açúcar, resinas e fibras de madeira.
Mas o conceito da Casa da Coruja vai muito além da loja. Ana Ferreira e Mónica Marques, as promotoras do negócio, são formadas em animação sócio desportiva e animação cultural, respetivamente, e pretenderam criar na cidade um apoio aos pais que nos tempos fora de aulas procuram soluções para os seus filhos sentirem o acompanhamento necessário.

Espaço traz a calmaria do campo para a cidade e pretende ser um local onde as crianças aprendem e brincam em contacto e harmonia com a natureza, como eram antes as casas dos avós

Neste âmbito, a Casa da Coruja tem uma filosofia muito própria. “Procuramos criar ligações entre pessoas, com a natureza e com uma visão aberta daquilo que são as exigências sociais e culturais da nossa sociedade”, afirmam as empreendedoras.
Todo o espaço, situado no n.º 30 da Rua São João de Deus, foi preparado para responder a esse desígnio, com uma intervenção que demorou ano e meio a concretizar e passou pelo restauro da casa, que era antes de habitação. Agora é dotado de três salas de apoio ao estudo, uma sala polivalente no exterior, capacitada para receber oficinas e eventos, como festas de aniversário para miúdos ou graúdos. Foi ainda reabilitado o espaço exterior onde se encontram árvores de fruto, uma área relvada ideal para a brincadeira, um mini-campo de futebol e um parque infantil. Há ainda espaço reservado para uma horta biológica que terá animais de campo.
Obras possíveis “porque o proprietário do espaço acreditou no projeto”, apontam as duas amigas e, agora, também sócias.
Neste momento, a Casa da Coruja tem inscritas sete crianças, com idades entre os 6 e os 12 anos, que encontram na Casa da Coruja o seu lugar entre o período de aulas (de manhã ou de tarde) e o regresso a casa. “Aqui estudam, preparam as avaliações, jogam com os colegas com quem, entretanto, se vão cruzando, lancham sempre que possível na sombra das laranjeiras e abrem os livros sentados nas mantas a ouvir a natureza, ainda que no coração da cidade”, afirmam Ana Ferreira e Mónica Marques.
O espaço está também aberto a quem o queira utilizar para dar oficinas, workshops ou simplesmente juntar os amigos, assim que for permitido, e a sua comunidade mais próxima para uma comemoração especial.
Além do apoio ao estudo e aos tempos livres, a Casa da Coruja também vai realizar atividades de férias e tem já abertas as inscrições para as de Natal. Durante duas semanas os participantes vão realizar trabalhos manuais, jogos tradicionais, visitas a vários pontos da cidade com componentes artística, cultural e natural.
Além destas atividades, a Casa da Coruja tem duas turmas de Yoga para crianças dos 3 aos 12 anos, que decorre aos sábados de manhã e tem ainda vagas disponíveis. Estão também abertas inscrições para dois workshops de Macramé, a 28 e 29 de novembro.