CP e Refer não fornecem elementos para o estudo sobre a linha do Oeste

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Apesar do mau serviço, a linha do Oeste tem tido um aumento de passageiros desde 2005

O responsável pelo estudo de sustentabilidade da linha do Oeste ainda não recebeu um conjunto de elementos que foram pedidos à CP e à Refer através da Câmara das Caldas da Rainha, entidade que lhe adjudicou aquele trabalho, destinado a demonstrar que é possível reduzir custos e aumentar receitas sem fechar o serviço de passageiros.

Nelson Oliveira, especialista em engenharia ferroviária, tem o seu trabalho quase concluído, mas lamenta não ter tido acesso a informações muito importantes que lhe permitiriam melhor fundamentar as suas propostas.

Os elementos para este estudo foram também pedidos, sem sucesso até este momento, ao secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, (que tutela a CP e a Refer) pelos deputados do PSD do distrito de Leiria.

Presidente da Câmara no Prós e Contras

Na passada segunda-feira, no programa da RTP, Prós e Contras, o presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, fez uma intervenção acutilante em defesa da linha do Oeste e teceu fortes críticas ao mau funcionamento da CP, apontando desperdícios na sua organização. São, aliás, os excessivos custos centrais da CP que se repercutem depois nas contas dos serviços que a empresa presta aumentando, assim, os prejuízos de exploração.

Fernando Costa disse também na televisão que o número de passageiros na linha do Oeste a norte das Caldas tinha crescido desde 2005, mas meteu os pés pelas mãos quando anunciou que a administração da CP tinha dez secretárias por administrador e que cada uma ganhava 50 mil euros por ano, o que de forma alguma, corresponde à verdade.

No mesmo programa também falou o presidente da Câmara da Figueira da Foz, João Ataíde, que defendeu também a linha do Oeste e disse aceitar que o destino dos comboios vindos das Caldas da Rainha fosse Coimbra e não a sua cidade porque seria sempre possível fazer um transbordo.

 Martingança organiza viagem de comboio na linha do Oeste

“Tivemos que fechar as inscrições porque senão isto nunca mais parava”. O desabafo é de Fernando Vitorino, residente em Martingança Gare (concelho de Alcobaça), que decidiu organizar uma viagem de comboio para o dia 1 de Dezembro, desde a sua terra à Figueira da Foz e conseguiu reunir logo 205 pessoas em poucos dias.

Satisfeito com a adesão, lamenta não ter podido aceitar mais gente, mas como o programa inclui almoço na Figueira da Foz, teve que arranjar um segundo restaurante com capacidade para 100 pessoas para poder acomodar todos os excursionista.

“Será a última viagem de comboio?” assim reza o folheto com o programa que, ao preço de 20 euros, inclui viagem de ida e volta entre Martingança e Figueira da Foz com almoço incluído.

Fernando Vitorino vive a dez metros da estação ferroviária e foi presidente de Junta de Freguesia local, eleito pelo PSD, durante vários anos. Esta viagem é uma forma de protesto pelo encerramento anunciado no fim do serviço de passageiros na linha do Oeste a norte das Caldas da Rainha.

A estação de Martingança é um importante pólo gerador de tráfego de mercadorias devido à fábrica de cimentos da Maceira, à qual está ligado por um ramal ferroviário. A presença da estação levou ao crescimento em seu redor de uma localidade designada Martingança Gare. Não muito longe fica a sede da freguesia de Martingança. A estação serve também as localidades de Maceira, Moita, Cerca, A-dos-Barbas e Burinhosa.