CP vai reduzir número de comboios

0
2430

Perante a falta de material circulante, que tem obrigado a inúmeras supressões na linha do Oeste, a CP “resolveu” o problema pela via mais simples: a redução da sua oferta neste eixo ferroviário.
Os novos horários irão entrar em vigor no início de Março, mas a empresa ainda nada adiantou sobre o que tem programado. Fonte oficial disse à Gazeta das Caldas que “a CP está neste momento a preparar a introdução de uma alteração dos horários em vigor nesta linha, que tem por objectivo um maior equilíbrio da oferta e que permitirá melhorar os índices de regularidade de circulação”.
Em 2017 a empresa suprimiu 623 comboios na linha do Oeste (quase dois por dia). Destes, houve 428 comboios que foram suprimidos em todo o seu percurso e 195 que foram parcialmente suprimidos (numa parte do seu trajecto).
A transportadora pública diz que não tem material circulante em condições porque a frota está envelhecida e avaria com frequência. Por outro lado, a EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário não consegue dar conta do recado a reparar os comboios avariados porque falta-lhe pessoal e nem sempre tem autorização para poder comprar peças. Tudo isto, claro, devido às cativações a que o governo tem sujeitado as empresas públicas.
Gazeta das Caldas perguntou à CP por que não utiliza outro tipo de material na Linha do Oeste, nomeadamente máquinas e carruagens, mas a empresa diz que não dispõe desse tipo de material para o afectar em permanência a esta linha.
Sem reforço de comboios, a “solução” agora apresentada de reduzir a oferta acabará por ser provisória porque dentro de alguns meses, com os comboios a avariarem, a empresa ver-se-á novamente confrontada com a necessidade de novas supressões.

Sem comboio especial para vila das aves

Cerca de 1500 adeptos do Caldas vão viajar no dia 28 de Fevereiro para Vila das Aves, um cidade que tem estação ferroviária relativamente perto do estádio, mas a CP não foi capaz de responder à solicitação para organizar um comboio especial entre as duas cidades.
Em alternativa a Câmara das Caldas conseguiu que a Rodoviária do Tejo fizesse um “preço simpático” de 7500 euros (ver Desporto) e fretou 18 autocarros para fazer esse percurso transportando perto de mil adeptos.
A CP alegou “dificuldades decorrentes dos problemas de disponibilidade de material circulante de material diesel” para não realizar este serviço. Contudo, ainda há menos de três anos a empresa organizou um comboio especial entre Famalicão e Marinha Grande (na linha do Oeste) para transporte de adeptos que vieram assistir a um jogo para a Taça de Portugal que se realizou no estádio daquela localidade entre o Famalicão e o Mafra.
No youtube há até vários vídeos que registam a chegada desse comboio – bastante comprido – à estação de Marinha Grande. Por que não replicou a CP essa solução para as Caldas da Rainha?
Foi essa a pergunta que Gazeta das Caldas fez à transportadora pública. Mas esta não respondeu.

Gazeta das Caldas