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Um cliché gasto e desgastado pela própria história das coisas – aparentemente – vulgares. Nas histórias das nossas vidas que se escreverão em menos de 100 anos, os milhões de anos de História da Humanidade parecem-nos uma fantasia inalcançável de tão longa e complexa. Quando vemos as letras a aparecer no ecrã de um computador, batidas pelos dedos num qualquer teclado, não nos lembramos dos sumérios a escrever em placas de argila, não nos lembramos da história que nos levou ou trouxe a este lugar. Alguém, de entre a humanidade e durante os 5 mil anos de história desde esses tempos até ao ecrã do nosso computador, alguém pensou nisso. Alguém contribuiu para fazer avançar a escrita, a comunicação, o conhecimento, o crescimento. Chama-se a isto, evolução. “Civilização” tornou-se uma palavra obsoleta no mundo da história, hoje fala-se em “Cultura”. Hoje em dia, as pessoas não são civilizadas, são cultas. Esta distinção é das mais basilares na nossa essência. Permite distinguir comportamentos e atitude humana e é esta distinção, milenar, que revela – também – cada um de nós no nosso dia a dia.
A civilização dá provas do que é ser capaz de viver em comunidade, respeitando
determinadas normas.
A cultura revela amarras muito mais difusas, abrange muito mais o poder da liberdade e criação humana. Uma cultura é uma identidade, nessa natureza de dinâmica reveladora. Tem ainda o potencial de nos fazer perdurar e sermos capazes disto: conhecermos bem quem somos ajuda-nos a sabermos quem fomos antes de termos chegado onde chegámos. Metacognição.
Em si, a História da Humanidade dá-nos uma tremenda amplitude interpretativa da história dos indivíduos, da sociedade e das organizações. Desde as dinâmicas sociais, os conflitos, o papel regulador da religião, as trocas até às motivações pessoais de qualquer Alexandre, César, ou Afonso Henriques, as perspetivas sobre a Humanidade enquanto tal, são infindáveis. Podemos transportar algum conhecimento sobre os acontecimentos da História e aplica-los à nossa ação diária? Não sei… podemos? Conseguimos? Sabemos como fazê-lo?
Aplicar o conhecimento adquirido numa ação diária significa lidar com coisas e pessoas. Aplicar bem o conhecimento adquirido numa situação qualquer, é fazê-lo – em primeiro lugar – com bons resultados. Bons resultados são conquistados com o uso da atenção, do pragmatismo e da disponibilidade para aprender.
Que fiquemos abertos ao novo ano que aí vem.
Feliz 2018.
Mara Castro Correia
maracastrocorreia@gmail.com
