“Pior do que proporcionar formação aos meus colaboradores e eles irem embora, é não o fazer e eles ficarem na organização” – Carlos Barros, administrador da B&M

0
790
“Na Barros & Moreira primamos por ouvir o colaborador e dar-lhe um feedback da sua performance”

O investimento na qualificação das pessoas e a atualização de competências ao longo das suas vidas é hoje fundamental para quem crescer enquanto pessoa e enquanto profissional. Que importância tem a formação profissional dos seus colaboradores?
CARLOS BARROS: O paradigma da formação profissional sofreu consideráveis alterações ao longo da última década, e a mesma é actualmente vista e sentida como um veículo de conquista à inteligência competitiva e ao aumento da motivação e envolvimento dos colaboradores na organização. E na B&M não é excepção. Com objectivos para os próximos anos muito arrojados, ambicionamos cada vez mais profissionais que se sintam valorizados e que busquem um conhecimento de manutenção e inovação constante.
A formação profissional assume assim um papel epicentral na eficiência e eficácia da performance dos meus colaboradores, proporcionando e contribuindo de modo concreto para o aumento da produtividade e o trabalho de excelência para o cliente.

A Formação Profissional é hoje menos centrada na gestão de recursos físicos e materiais, e mais orientada para a valorização de recursos humanos. Estão atentos a esta nova realidade?
CM: A nossa organização é caracterizada por uma consciencialização plena no clima organizacional, ou seja, temos em termos estratégicos do próprio tecido organizacional um eixo de importância extrema que consiste em valorizar cada um dos colaboradores da B&M. Significando este facto que acreditamos que cada elemento da organização aporta competências, quer hard skills, quer soft skllis que permitirão que os objectivos sejam atingidos no nosso segmento de negócio.
Como tal trabalhamos continuamente para que as pessoas se sintam valorizadas, integradas, apoiadas e sobretudo motivadas na execução das suas funções. Fazendo com que se sintam envolvidas em tomadas de decisão, autónomas e sintam a empresa como um pouco delas.
Desse modo o nosso plano estratégico na gestão de pessoas, passa por diferentes eixos que remetem a variadas acções, como proporcionar formação que vise a optimização de rentabilidade e consequentemente aumento de produtividade das equipas, bem como aumento de motivação dos elementos que as constituem; recrutamentos internos que possibilitam às nossas pessoas mudança ou progressão em termos de carreira profissional; participação ativa na comunidade em que estamos inseridos e actividades que promovam o espirito de equipa e aumentem o sentimento de pertença à empresa.
Na minha opinião, os dois comportamentos mais impactantes na valorização dos colaboradores da B&M e que primamos por os adoptar continuamente são o ouvir o colaborador e dar-lhe um feedback da sua performance.
Em Portugal, os níveis de qualificações encontram-se abaixo da média europeia, pelo que a Formação Profissional irrompe como um dispositivo de rápido combate a estas deficiências, elevando os níveis de qualificações, capacitando os indivíduos de competências imperativas ao exercício de determinadas profissões. Como têm usufruído desta vantagem?
CM – Acreditando que a formação profissional, bem como a formação de um modo geral, deixou há muito de ser vista e sentida pelo Grupo B&M apenas e somente como uma obrigatoriedade legal, e sendo um defensor de que, pior do que proporcionar formação aos meus colaboradores e eles irem embora, é sem dúvida não o fazer e eles ficarem na organização. A formação é um eixo fundamental da gestão de pessoas.
Isso significa que sensibilizamos, apoiamos, incentivamos todos os nossos colaboradores a investirem em formação de modo a numa primeira instância se valorizarem como pessoas e profissionais e consequentemente aportarem esse conhecimento e competência no desempenho das funções que lhe estão afectas, aumentando a sua motivação e empenho e contribuindo de modo concreto para atingir os objectivos.
É feito, assim, anualmente um levantamento de necessidades de formação, é analisado em detalhe a relevância das mesmas por departamento, visando sempre os objectivos de cada um dos elementos dos mesmos e a partir desse momento são criadas as condições para desenvolver as acções necessárias para a execução das mesmas.
Qual tem sido a vossa política interna no que diz respeito ao financiamento da formação? Procuram aproveitar as ofertas co-financiadas pelo FSE ou preferem destacar parte do vosso orçamento para satisfazer as necessidades mais especificas, num plano concebido à medida das mesmas?
CM: A nossa política interna prima por promover e proporcionar à nossa massa de RH, formações que impactam na melhoria de competências e aumento de conhecimentos que acompanhem as mutações em termos de mercado.
Assim, a mesma tem por base, não só formações à medida, mas também ofertas co-financiadas pelo FSE. Atualmente já temos uma panóplia de ofertas co-financiadas pelo FSE excelentes que nos possibilitam colmatar algumas das lacunas que possamos ter em termos de competências das nossas equipas e também outras que contribuem para o potenciar do know-kow dos nossos colaboradores.
Contudo, tendo em consideração o nosso segmento de negócio, as formações à medida também fazem parte da nossa política, uma vez que poderão ser bastante incisivas nos objectivos que pretendemos com a realização das mesmas.