Desapontamento nos 50 anos da Bordalo Pinheiro

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Fui com muito gosto à celebração dos 50 anos da Escola que estreei, da nova-velhinha Bordalo Pinheiro, que da zona das Cinco Bicas, escassa, ao tempo, para tão grande afluência de alunos e alunas, transitou para o seu actual local.
Foi uma festa muito pobre, com bastantes lacunas, algumas até graves; que primou, ainda, por algo, que me cheirou a antigamente, fechada, com tiques anti-democráticos, dado que nem sequer foi permitido aos antigos professores reformados, incluídos dois directores, usarem da palavra, perante uma insípida alocução da actual directora, bem como do representante  do Ministério.
Registei, também, com algum espanto, a ausência de referências, por parte do representante dos antigos alunos, às grandes figuras, que foram e nos deixaram, com muita saudade: do grande professor Barreto, que foi tudo e até director interino, no professor Lalanda Ribeiro, que foi director do Ciclo Preparatório e que chegou a ser vice-presidente da Câmara, bem como a grande professora Alice Freitas, de Português e Francês, que chegou a ser presidente do Conselho Directivo, não sendo por acaso, que, quando mencionada, com foto, numa outra fase do evento, mereceu uma justíssima salva de palmas dos presentes.
Gostei da intervenção do Sr. Presidente da Câmara, não desgostei da intervenção da professora Dulce Soure, com o esquecimento, apesar disso, do jornal Ensaio, historiando a nossa grande Escola (com lhe costumo chamar: a minha universidade) e apreciando muito a intervenção bem estruturada  e profunda, do professor José Manuel Pereira da Silva.
Penso que se deveria ter preparado, com muito maior critério, uma efeméride de tão grande significado, para professores, pessoal administrativo e auxiliar, alunos, em suma para a própria cidade, até pelo nome, glorioso, a que este estabelecimento está  associado – Rafael Bordalo Pinheiro!

Fernando Rocha