Doenças comportamentais na Medicina Chinesa: Ser-se forreta é doença?

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Poupar é um hábito saudável e revela bom senso e preocupação com o futuro. No entanto, o excesso de apego aos bens materiais adquire um aspeto patológico ao prejudicar as relações entre as pessoas e o bem-estar de quem é “forreta” pois este ou esta priva-se de bens e serviços essenciais em prol de ter dinheiro numa conta bancária ou escondido debaixo do colchão.
Na medicina chinesa, aos 5 principais órgãos do corpo (coração, pulmão, baço, rins  e fígado) estão associados entidades imateriais ou espirituais conhecidas como Shen, Po, Yi, Zhi e Hun. Estas entidades são as manifestações psíquicas e emocionais destes órgãos. O shen revela a mente ou espirito, o Po manifesta o espírito de sobrevivência e o apego aos bens materiais, o Yi traduz o raciocínio discursivo, o Zhi indica a coragem e vontade, e, finalmente o Hun emana o sentido da Alma.
Logo, o ser-se forreta revela uma disfunção ou desequilíbrio do Po, entidade imaterial do Pulmão e traduz-se num excessivo apego aos bens materiais. Harmonizando a energia do Pulmão, equilibra-se o Po e o paciente tem condições para amenizar a forretice.
Existem mais doenças do comportamento associadas a estas entidades imateriais? Sim. São inúmeras. Não vai ser possível falar de todas elas mas posso referir mais uma. Quando há comportamento sexual obsessivo nomeadamente a pedofilia, estamos perante um Hun excessivo pois o fígado e o Hun determinam a forma como as pessoas exteriorizam e relacionam-se uns com os outros. Logo este comportamento ou doença é passível de tratamento. Uma terapia multidisciplinar e que envolva a Medicina Chinesa é muito importante na reintregação saudável e harmoniosa de todos aqueles que sofrem desta patologia e que representam uma ameaça à sociedade em que vivemos.

Ana Marques – ACUPUNTORA
ana.marques.4466@gmail.com