As escolas e os dirigentes que nelas existem nas Caldas

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Jorge Mangorrinha
professor universitário

A rede escolar da cidade das Caldas traduz o reconhecimento da sua importância como polo regional.
De uma forma global, mantém-se como importante um conjunto de ações e iniciativas destinadas a reforçar o conceito de fileira no sistema de ensino, conferindo-lhe coerência, na evolução, na progressão da aprendizagem e na transmissão de conhecimentos, bem como potenciando os esforços nas diferentes etapas do processo educativo, que deve ser entendido e desenvolvido de acordo com uma estratégia de formação do aluno como cidadão, preparando-o para a vida ativa e para a compreensão da sociedade em mudança, no quadro de um sistema coerente, coeso e progressivo.
De acordo com uma investigação realizada pelo World Innovation Smmite for Education, que pertence à Fundação Catar, até 2030 a maior parte do ensino vai ser personalizada, o que significa que vai acompanhar os interesses e o ritmo de cada aluno. Para os 645 especialistas que participaram no estudo, preveem-se mudanças concetuais e gestionárias. Neste sentido, as escolas atuarão em formato híbrido, com base em plataformas digitais e espaços físicos para interações entre os estudantes. Neste modelo, o professor passa de peça central do processo de aprendizagem para mediador da aquisição do conhecimento, bem como de promotor da transdisciplinaridade, em vez da separação disciplinar convencional.
Na sua extensão, o ensino secundário não deve apenas ser organizado como antecâmara de acesso ao superior, mas constituir um objetivo de formação alargada, capaz de preparar cultural e civicamente os alunos. O ensino profissionalizante deve ir ao encontro das especificidades locais, como as termas, que refletem um conjunto de oportunidades paralelas à atividade e, também, outras dimensões, como a educação e a investigação, porque a incorporação do conhecimento, aproveitando as áreas nas quais o território das Caldas é diferenciador, é uma via essencial ao processo de renovação e de alargamento das funções e das atividades. Desde logo, porém, as escolas devem ter dirigentes com comportamentos irrepreensíveis.
Há semanas, voltei a uma das escolas do meu tempo de estudante nas Caldas. Correspondi ao amável convite para falar sobre alguns dos passos da minha vida académica e profissional. Diferentes turmas estiveram presentes, com alunos das Artes e do Turismo. Fiquei grato, naturalmente, à Direção, aos docentes responsáveis e aos alunos da Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro que, segundo sei, caminha com processos de aprendizagem modernos e com boas relações com a comunidade.
O reverso da medalha está em realidades comportamentais que não ajudam à qualidade do ensino e às relações humanas, nomeadamente quando ofereço um arquivo especializado à ETEO e não cumprem com o prometido ou quando sou forçado a não pactuar com a prossecução da fragilidade do Programa do Curso de Turismo de Saúde e Bem-Estar, na EHTO, ou quando responsáveis da ESAD não respondem a mensagens e, depois, se alardeiam nas aulas pelas ideias que lhes surgiram ao ler a mensagem.
Quando estes últimos exemplos acontecem, promovem fracos níveis de partilha e, sobretudo, são condutas desrespeitosas, que debilitam as relações humanas e as expetativas, também com repercussão nos alunos e no decurso do ensino superior universitário para quem o atingir.