Notas urbanas

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Estas notas urbanas apenas pretendem transmitir as minhas preocupações com os espaços comuns a todos os conterrâneos, amigos da sua terra e por vezes alheados, até pelas preocupações com a virulência pandémica.
Regresso a um dos temas que, atualmente têm merecido a minha atenção, tal como a zona da Lagoa de Óbidos e especialmente, o espaço entre a Capela do Inatel e o Penedo Furado. Já me referi, em crónica anterior, ao que penso sobre a alteração da atual Avenida do Mar, com o avanço das instalações (bares) sobre a mesma.
Agora, gostaria de dedicar a minha atenção aquela zona que menos bem tratada e acarinhada tem sido. O estado em que se encontram, o estacionamento do cais, a zona dedicada aos vendedores, o parque das caravanas, a zona pedonal, o conjunto dos bares isolados e até a circulação automóvel junto à Lagoa, mereceriam prioridade e melhor atenção.
Julgo ter visto um estudo prévio para esta zona, já há algum tempo e consequentemente desatualizado, direi, que mereceu empenho de várias entidades e que poderia servir de programa base. Tratava-se de uma abordagem que conduziu a esboço de zonamento com criação de Eco Parque e revitalização da paisagem.
Regressando agora à “cidade das águas” e tendo reparado no reenchimento do Lago do Parque de D. Carlos I, a ser objetivado por caudal proveniente das minas existentes na Mata Rainha Dona Leonor, assaltou-me a velha ideia de revitalizar o conjunto do Largo de D. Manuel, repondo em funcionamento o chafariz e a fonte central. Esse mesmo caudal, que referi anteriormente, poderia, no seu percurso, colocar todo o sistema em funcionamento por processos simples de escoamento gravítico.
Algum cuidado, estudo adequado e fundamentalmente com custos reduzidos, poderíamos voltar a dar vida a estas zonas que parecem ora desprezadas e abandonadas ao seu infortúnio.
O Largo Rainha Dona Leonor merece também alguns cuidados estéticos, com substituição e remoção daqueles vazos, que mais não fazem do que tapar os motivos do empedramento, com introdução de “pinos” rasteiros luminosos, orientadores do trânsito que ainda por ali se realiza.
Todo o envolvimento do Hospital Termal e Igreja de Nossa Senhora do Pópulo, composto pela Rua Rodrigo Berquó, Largo do Conselheiro José Filipe e Travessa da Misericórdia estariam na mesma ordem de remodelação e reorganização estética.
Não queria terminar esta minha crónica sem reiterar um desígnio, absolutamente premente, de apoio a uma gestão urbana transparente e organizada, com a elaboração de um Plano de Urbanização para a cidade, que complemente um PDM, em revisão, mas que pela sua natureza, arbitrariedade, profundidade e instrumentalização, nunca poderá satisfazer adequadamente as aspirações dos caldenses.