Secretário de Estado diz que Governo está a trabalhar com a CP para acabar com as supressões na linha do Oeste

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Gazeta das Caldas
Guilherme d’Oliveira Martins (secretário de Estado das Infraestruturas), João Carvalho (presidente da Câmara da Lourinhã) e Carlos Miguel (secretário de Estado das Autarquias Locais)

Governo e CP têm tido reuniões diárias para encontrar uma solução para as supressões de comboios na linha do Oeste. A garantia foi dada pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, que também promete que haverá lançamento do concurso público para a modernização de metada da linha até ao fim do ano.
Já o secretário de Estado das Autarquias Locais, e ex-autarca de Torres Vedras, considera que é mais importante uma nova estrada Peniche – Carregado do que a electrificação da linha do Oeste.

As supressões na Linha do Oeste não são uma novidade, mas nos últimos tempos têm-se intensificado e há cada vez mais relatos de pessoas que ficam nas estações sem comboio e sem autocarro. Questionado pela Gazeta das Caldas sobre esta situação, o secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, garantiu que o governo “está a trabalhar muito afincadamente com a CP para que a situação volte à normalidade”. O governante acrescentou que há “reuniões diárias sobre o assunto”.
Guilherme d’Oliveira Martins relembrou que está previsto o lançamento da empreitada para a modernização do troço da linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha até ao final deste ano e o projecto de electrificação entre Louriçal e Caldas também até ao final de 2018. O secretário de Estado disse ainda que serão contratados 50 novos trabalhadores para a EMEF (oficinas da CP) “para conseguir fazer a manutenção dos comboios a tempo”.
Noutra frente, o governo está “a preparar o lançamento do concurso internacional para a aquisição de material circulante” e Guilherme d’Oliveira Martins admite que “há uma necessidade de lançamento urgente”.
Questionado pelos jornalistas sobre se o Governo aceitaria, antes do lançamento do concurso, alterar o projecto para aumentar a velocidade dos comboios, o secretário de Estado disse que o Governo está “disposto, sensível e receptivo” a esse debate, desde que haja o cumprimento dos prazos. “Não queremos que haja mais atraso no cumprimento desses compromissos”, afirmou.
O governante falava à margem do anúncio da adjudicação de uma obra rodoviária na Lourinhã, onde também estava o secretário de Estado das Autarquias Locais, Carlos Miguel. Este último referiu que “a Linha do Oeste tem um erro de estrutura que a condicionará sempre”, que é o facto de o seu traçado, a partir da Malveira dar uma volta pela zona de Sintra em vez de seguir directamente para Lisboa. “Esse é um handicap enorme, que obriga a um trajecto maior e mais demorado para chegar a Lisboa e por isso não é competitiva com a rodovia”, afirmou Carlos Miguel.
O governante defende que no futuro tem que se pensar de forma profunda o próprio canal da Linha do Oeste, invertendo na Malveira para Loures ou, se a opção estrutural for a de trazer o metro de Odivelas para Loures, construir-se um ramal da Linha do Oeste para Loures. “É importante estudar um novo canal de forma a que a via seja competitiva com a rodovia, coisa que ela ao dia de hoje não é e ao dia amanhã também não será”, fez notar.

150 mil euros para normalizar EN8-2

Na primeira semana de Agosto arrancam as obras na EN 8-2, que abateu na Carrasqueira (perto da Lourinhã) em Abril. A obra foi adjudicada no dia 11 de Julho e custará 150 mil euros, tendo um prazo máximo de 90 dias para ser concluída.
A reposição dos taludes, com recurso a estacaria para manter as bases, será feita sem corte total da via, ficando a circulação sujeita a controlo de semáforos.
O presidente da Câmara da Lourinhã, João Carvalho, sublinhou a importância desta obra, especialmente desde que abriu o parque dos dinossauros, que aumentou os fluxos turísticos. Por outro lado, no Verão o concelho duplica a sua população.
O autarca disse ainda que mostraram as suas preocupações com aquela estrada já em Novembro e que desde Abril, quando a estrada abateu na Carrasqueira, “nas manhãs e ao fim da tarde e nos fins-de-semana é uma complicação, chega a demorar 45 a 50 minutos”.
O secretário de Estado das Infraestruturas, Guilherme d’Oliveira Martins, referiu que o IC11 deveria ser inscrito no Programa Nacional de Investimentos lançado para consulta pública em Junho. A ideia é gerar um consenso em torno de investimentos nacionais, criando um caminho imune a círculos eleitorais.
Por sua vez, Carlos Miguel fez notar que “se há zona em que as estradas nacionais são mal estimadas, mal conservadas e onde temos uma grande insuficiência de comunicação é a nossa zona. O capital de queixa dos oestinos sobre a rodovia é um capital grande e justo”.
Sobre o IC11, o governante afirmou que “como oestino é muito mais importante o IC11 do que a electrificação da Linha do Oeste”.