A Semana do Zé Povinho – 16/12/2016

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Virgílio FilipeO país debate-se crescentemente com o problema da desertificação do seu interior e pela sua crescente urbanização, ou seja, a fuga dos habitantes das zonas rurais para as cidades.
Contrariar esta tendência é difícil e muitos acham que é irreversível, mas nalgumas zonas do país nota-se um certo retorno de citadinos que procuram no campo a paz que não encontram na cidade, sabendo que querem manter os mesmos níveis de comodidade.
No concelho das Caldas da Rainha, como em muitos concelhos da região Oeste, verificam-se estes fenómenos, sendo as aldeias muito procuradas por habitantes da capital e mesmo muitos estrangeiros.
A freguesia dos Vidais não tem sido alheia a este movimento, mas também tem ensaiado algumas estratégias para inverter este ciclo, como é o caso da Rota de Presépios que criou e inaugurou esta semana, e que foi designada por Presépios da Minha Aldeia. Esta iniciativa mobilizou várias dezenas de fregueses locais, dando-lhes um objectivo que os encantou e lhes deu um novo ânimo da sua afirmação na vida comunitária, reforçando laços de solidariedade e de trabalho conjunto.
Este ano organizaram pela terceira vez esta iniciativa, que já tem impacto visual e com a qualidade que os trabalhos demonstram, pelo que vai bem um dos seus grandes dinamizadores, o próprio presidente da Junta de Freguesia, Virgílio Filipe,  que não se regateia a esforços para mobilizar os seus concidadãos.
Por essa razão, em nome de todos, Zé Povinho destaca-lhe o esforço e o seu labor.

Assoc MVCO caso das contas da Foz do Arelho intriga Zé Povinho pois, ao que parece, toda a gente sabia que algo não estava a correr bem ao verem os tesoureiros demitirem-se sucessivamente e tudo continuar numa boa.
Só muitas semanas depois do “diz que diz” é que surgiu a iniciativa de lançar uma auditoria, que tem demorado um tempo bem superior ao que era expectável.
Diz o povo que às vezes a nódoa pode cair no melhor pano e é divertido que o problema tenha recaído na freguesia onde foram eleitos candidatos de um movimento que se destacou pela bandeira, extrema e quase única, do combate à corrupção e aos negócios menos claros.
O MVC – Movimento Viver o Concelho e os seus principais dirigentes têm sido os mais dedicados e combativos militantes pela causa encabeçada pelo Dr. Paulo Morais, que não se tem cansado de lançar acusações sobre a política portuguesa considerando a corrupção como o maior dos seus males.
No caso da Foz do Arelho, só depois de concluída a auditoria, se poderá dizer se houve ou não corrupção. E, caso tenha havido, se esta era pequena ou grande.
Provavelmente, estão em causa questões de desorganização, incompetência, desleixo, desmazelo, matérias em que os portugueses não se podem armar em santos. Mas se  o próprio autarca da Foz do Arelho se confessa com falta de capacidade técnica e de conhecimentos, certamente que caberia aos seus apoiantes concelhios ajudarem-no a suprir essas insuficiências em vez de o “deixar andar”, continuando a fazer (erradamente) o que se fazia antes.
Mais do que demonizar tudo e todos, deveriam pedagogicamente ajudar os seus, pondo em prática as regras que defendem para os outros. Por isso, Zé Povinho acha que, mesmo que nada seja concluído de bastante grave, o MVC é responsável moral pela confusão que deixou estabelecer na Foz do Arelho e que não ajudou a atalhar.
O voluntarioso e ingénuo presidente da Junta da Foz ainda não compreendeu que não podia deixar as coisas correrem deste modo e deveria ter percebido o sinal que lhe foi dado pelos demissionários tesoureiros. Mas também os dirigentes concelhios do MVC não podem lavar as mãos à espera do resultado da auditoria. Afinal é isso que eles criticam quando os problemas batem à porta dos outros partidos.