A Nossa Casa Criativa já tem sede e pretende continuar a crescer

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O projeto de co-criação, acolhimento e lazer conta já com perto de meia centena de associados, a maioria mulheres

É no número 4 da Rua Vicente Paramos, no Bairro da Ponte, que se situa a sede de A nossa Casa Criativa, um projeto que nasceu no início do ano passado e que tem por objetivo apoiar os pequenos projetos liderados essencialmente por mulheres, baseando-se no conceito de que juntas são mais fortes. Da responsabilidade das empreendedoras Victória Grass, Lenny Coser, Carla Reis e Zoe Clarke, A Nossa Casa Criativa já possui 46 parceiros (alguns deles homens) e a vontade de continuar a crescer. “Pretendemos apoiar a liderança no feminino”, conta a brasileira Lenny Coser, acrescentando que a divulgação é feita através das redes sociais, onde mostram os serviços que disponibilizam e os benefícios que existem em ser parceiros. “Também existe uma ligação com a comunidade inglesa e sueca da zona, que quer integrar-se mais”, acrescenta a jovem empreendedora.
Para a inauguração do espaço, foi criado um pequeno bazar de roupa usada para venda. “Tendo em conta que gostaríamos de incentivar a reciclagem de roupa, as parceiras criativas associaram-se e as peças que aqui temos em exposição são todas vendidas a 1 euro, para que possam chegar a mais pessoas”, explica Lenny Coser, acrescentando que desta forma pretendem também diminuir o consumo e promover a economia circular. Pelos mais de 200 metros quadrados é possível encontrar uma “montra” do que as associadas produzem, com vários peças de joalharia, bijuteria, têxteis, madeiras, de pessoas da região, mas também de parceiras que se encontram no estrangeiro, nomeadamente na Irlanda, Brasil, Suíça e Espanha.

Anny Santos é pasteleira e também parceira de A Nossa Casa Criativa há cerca de um ano. Quando se fixou nas Caldas, vinda do Brasil, já fazia doces, mas quis melhorar a arte tirando um curso na Academia de Cake Design e agora prossegue estudos na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste. “O projeto foi uma forma de divulgar e expandir o meu negócio de doces”, conta a jovem, que não imaginava que pudesse vir a receber tantos pedidos.
Dispostos pelas paredes estão quadros de outra parceira, que ali faz a sua primeira exposição e há ainda um estúdio fotográfico, um cantinho de maquilhagem, um espaço de relaxe, uma cozinha comunitária, escritório, entre outros espaços multiusos. Nattaskia Sena aproveitou a abertura do espaço para possibilitar aos interessados uma massagem de reflexologia podal. Esta é uma forma de a brasileira, especializada na área da estética, dar a conhecer o seu trabalho e permitir um benefício a quem o recebe.
Já Heleni Barreto foca o seu trabalho no empreendedorismo feminino, ajudando várias das parceiras na concretização dos seus projetos, e também dando-lhes as ferramentas necessárias para a sua divulgação, através do marketing digital.

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Projetos conjuntos
“As conexões são muito genuínas, conseguimos filtrar pessoas que acreditam na colaboração e fazem este projeto crescer”, referiu Carla Reis, uma das responsáveis do projeto, acrescentando que ajudam à realização dos sonhos de muitos dos parceiros. Outros criam projetos conjuntos. Zoe Clarke dá mesmo o exemplo de duas associadas, uma tatuadora e uma fotógrafa, que criaram uma iniciativa para o Dia dos Namorados, em que uma desenhou as tatuagens e a outra fez os álbuns fotográficos.
A sede vai estar a funcionar diariamente, com várias pessoas a trabalhar no espaço colaborativo e, “ao mesmo tempo que as parceiras chegam com as ideias vamos administrando um calendário do que vai acontecer, ao longo dos meses, para dar uma sequência organizada dos processos”, explicou Carla Reis.
As empreendedoras esperam que a organização possa crescer, dando às parceiras ferramentas de trabalho, mas também o potenciar das suas atividades. As empreendedoras pagam uma mensalidade de 4,99 euros e esse valor permite-lhes ter desconto em todos os serviços prestados pelas associadas.
A Nossa Casa Criativa pretende também dinamizar projetos com a comunidade, como é o caso do Clube do Livro. Já possuem algum acervo na sede e, juntamente com mais pessoas que tenham gosto pela leitura, querem fazer sessões mensais para falar sobre livros.

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