Teve lugar no passado sábado, dia 18 de Junho, a 22ª Exposição Monográfica do Podengo Português, na Expoeste. Ao longo da manhã cerca de 55 exemplares desta espécie canina competiram por diversos prémios em diferentes categorias.
A edição deste ano da exposição monográfica (só aquela raça esteve presente) foi bem mais pequena do que em anos anteriores. O presidente do Clube do Podengo Português, Vítor Veiga, afirmou que noutras edições chegaram a ter cerca de 120 cães em exposição. “Normalmente havia podengos grandes em alguma quantidade, mas por questões regulamentares e legais, as matilhas tiveram algumas dificuldades e algumas delas acabaram”, disse.
A raça podenga, de origem portuguesa, possui seis variedades de animais: pequenos, médios e grandes, cada um na variante de pelo liso e de pelo cerdoso, um pouco mais comprido. O podengo grande, vocacionado para a caça de animais de grande porte, tem vindo a diminuir em número. Ainda assim, de acordo com Vítor Veiga, o podengo português “é provavelmente a raça portuguesa com maior expansão internacional”.
A região Oeste possui vários criadores deste tipo de animal. “Há quem diga que é a região do país que mais tradição nos podengos tem”, diz Vasco Matias, ele próprio criador, desde há 40 anos, no Canil do Vale do Cutileiro, em Santa Catarina.
“É uma velha paixão”, conta. “As pessoas ficam encantadas com a fácil relação que estes cães têm com elas. Vem do carácter do cão, e provavelmente da adaptação que o cão teve ao longo dos anos. Consta que era o companheiro das naus e ia com os navegadores”. Esta é uma das teorias sobre a raça que explica a sua presença em várias partes do mundo.
A Finlândia ou os Estados Unidos da América são alguns dos países onde o podengo português tem uma forte presença. Gazeta das Caldas falou com Darlene Devaney, de San Diego, na Califórnia. Presidente da Portuguese Podengo Pequenos of America, a associação que representa a raça no seu país, é criadora de podengos e entusiasta destas exposições desde 2001. “Eu dantes era normal, agora olhe para mim!”, brincou Darlene. Já a finlandesa Hanna-Leena Kuyala confessa que foi nestas exposições que se apaixonou pelos podengos. “Após ver um podengo ganhar uma exposição na Finlândia comecei a pesquisar a raça na Internet. Agora crio podengos pequenos”.
O podengo pequeno foi o exemplar mais comum na exposição. “Há mais médios que pequenos, só que não vêm às exposições” esclareceu Carla Molinari, presidente do Clube Português de Canicultura. Porém, foi o podengo grande aquele que menos participantes teve na exposição. Sérgio Freitas foi um dos poucos que trouxe os seus dois animais – um macho e uma fêmea. “Não sou caçador, mas o meu avô tinha estes cães e eu fiquei sempre com o bichinho dos podengos grandes e acabei por optar por eles”.
UMA AVALIAÇÃO EXIGENTE
Em dois ringues separados, um para os podengos pequenos e outro para os médios e grandes, os juízes avaliaram os cães em diferentes aspectos. Proporções, membros, focinho, orelhas, cauda e pelo são todos comparados com uma medida standard definida pela organização. Há também uma avaliação da postura e comportamento do animal, bem como uma comparação entre os vários exemplares em simultâneo. O podengo, sendo uma raça tipicamente amigável com as pessoas, é penalizado se mostrar comportamentos tímidos ou agressivos.
Ricardo Pereira Leite foi um dos juízes que teve a tarefa de avaliar os cães em exposição. Juiz de exposições caninas há 15 anos, já esteve por toda a Europa neste tipo de eventos. “O meu percurso começou primeiro como proprietário de um exemplar, depois fui criador, depois fui comissário de apoio aos juízes, e depois fiz os exames para juiz e hoje sou juiz internacional”, contou.
Dado que a maioria dos criadores apenas leva os seus melhores animais a estas exposições, a tarefa do juiz requer grande concentração e um olho atento aos pormenores.
Apesar da sua expansão, o podengo português é uma raça que está perante alguns obstáculos pois há restrições legais ao número de animais por criador. “Para criar podengos tem que se gastar muito dinheiro” lamenta Carla Molinari, acrescentando que “para criar tem que se vender e a raça não é muito vendável, pelo menos em Portugal”. A presidente do Clube Português de Canicultura já cria esta raça há mais de 30 anos e possui animais que já ganharam oito, nove e dez títulos.
A Exposição Monográfica do Podengo Português já se tinha realizado nas Caldas da Rainha em 2004. Na altura estiveram presentes cerca de 140 podengos. Na edição deste ano o animal eleito como Melhor Exemplar da Exposição foi Elvis El-Rei de Vedras, um podengo pequeno de pelo liso, propriedade de Jorge Humberto Nogueira. Estiveram presentes na exposição delegações de Inglaterra, Estados Unidos da América, Finlândia e Itália.
Óscar Morgado
omorgado@gazetadascaldas.pt
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