ESAD vai ter cinco novos cursos superiores profissionais

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|Centenas de pessoas assistiram à cerimónia de abertura do ano lectivo do IPL
|Centenas de pessoas assistiram à cerimónia de abertura do ano lectivo do IPL

O IPL vai propor à tutela 30 novos cursos pré-superiores, cinco deles a funcionar na ESAD.CR. Este foi um dos anúncios feitos pelo presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Nuno Mangas, a 12 de Novembro, durante a abertura do ano lectivo, cerimónia que decorreu pela primeira vez na ESAD, criada há 25 anos precisamente (mas por estranho que pareça não foi referido por nenhum dos oradores na sessão). Nela esteve presente o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes e o neurocirurgião João Lobo Antunes que falou sobre Arte e Medicina, tendo merecido uma enorme ovação, de pé, no final da sessão.

A abertura do ano lectivo do Instituto Politécnico de Leiria decorreu pela primeira vez na ESAD. Segundo o presidente do IPL, Nuno Mangas “há muito que esta estava prevista para se realizar nas Caldas” e tendo sido agora possível decorre “em reconhecimento ao trabalho que é feito no Oeste, na cidade e ao notável trabalho de estudantes, professores e colaboradores que fazem da ESAD.CR um exemplo nas áreas das artes e do design”.
Na sua intervenção, o responsável anunciou que o IPL vai submeter à aprovação da tutela 30 novos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTSP) que vão “tirar partido da experiência e conhecimento das instituições que estão no terreno há anos, com oferta formativa semelhante, nomeadamente os CET”. Cinco destes novos cursos estão previstos para abrir na ESAD e, segundo o director da escola, Rodrigo Silva, estas cinco novas propostas já foram aprovados em Conselho Académico. Os novos cursos vão designar-se Produção Industrial – Desenvolvimento de Produto em Cerâmica e Vidro, um segundo em Ilustração e Produção Gráfica (que dá continuidade a um CET que a escola já tinha), Design para os Novos Media, Audiovisual e Multimédia e um quinto em Prototipagem Digital e Desenho 3D.
“Ainda estamos em fase de debate interno, mas até ao final do ano teremos a proposta finalizada”, disse Rodrigo Silva sobre estas formações que funcionarão durante dois anos, numa espécie de pré-licenciaturas que se dirigem maioritariamente a quem está no ensino profissional.

Regresso da licenciatura de Animação Cultural?

Gazeta das Caldas aproveitou a ocasião para questionar o presidente do IPL, Nuno Mangas sobre a possibilidade do curso de Animação Cultural regressar às Caldas da Rainha onde funcionou entre 2002 e 2010, ano em que o IPL decidiu transferi-lo para Leiria e que agora foi interrompido por falta de candidatos.
O presidente respondeu que tal “é uma hipótese até porque a oferta formativa do Instituto está sempre em análise”. Mas acrescentou que tal decisão nunca será para breve, pois os trâmites legais para colocar os cursos em funcionamento, prolongam-se por vários meses.
O director da ESAD, Rodrigo Silva, considera que faria todo o sentido o regresso da Animação Cultural à ESAD. Não concorda com o nome, mas acha que há uma área relacionada com a  produção, programação e intervenção cultural que deveria estar abrangida por um curso. E recordou que funciona na escola há vários anos um mestrado em Gestão Cultural “que faz sentido que tenha suporte numa licenciatura”. Por isso, no próximo ano será tomada uma decisão sobre este curso.

MEDICINA E ARTE

José Ferreira Gomes, secretário de Estado do Ensino Superior, deixou palavras de alento aos estudantes do IPL por terem escolhido esta entidade que se “tem vindo a afirmar como um dos nossos grandes institutos politécnicos”. Ao todo foram 3900 os estudantes que ingressaram neste ano lectivo no IPL. Inscreveram-se 2350 em licenciaturas, 600 em mestrados, 820 em CET e os restantes em pós-graduações não conferentes de grau e no curso preparatório M23.
João Lobo Antunes fechou a sessão dedicando a oração de sapiência ao tema “medicina e arte” tendo analisado como é que os artistas representaram as variadas vertentes da medicina ao longo dos tempos. Foram projectadas, entre muitas outras, obras fundamentais da pintura e da arte mundial como Leonardo da Vinci, Van Gogh, Picasso, Goya ou Frida Kahlo. O neurocirurgião terminou a sua alocução revelando novas formas de arte mais democráticas, como a publicidade ou o registo fotográfico, e como estas podem ser colocados ao serviço da luta contras as doenças, na luta contra a tuberculose ou a sida. No final da sua intervenção, todo o auditório aplaudiu o professor de pé.

Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt