Especialistas ensinaram a gerir orçamento familiar

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Esta foi a primeira atividade do atual mandato do Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário

O Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário das Caldas promoveu uma palestra subordinada ao tema “Economia Familiar: Como fazer a gestão?” com oradores do Banco de Portugal

O Núcleo Rotary de Desenvolvimento Comunitário realizou, a 12 de outubro, a primeira atividade do seu mandato, subordinada ao tema “Economia Familiar: Como fazer a gestão?”. A palestra teve como oradores três especialistas do Banco de Portugal, não tendo Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, podido comparecer. A ação decorreu no Espaço Turismo.
Fernando Coalho, diretor-adjunto do Departamento de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal, deu o pontapé de partida, apresentando as temáticas a serem desenvolvidas pelas colegas: o papel da formação financeira, que o Banco de Portugal ministra, gratuitamente, no auxílio à identificação dos riscos e à implementação de estratégias para os gerir. Riscos estes que podem ser o de contrair créditos, para o que é essencial uma boa gestão do orçamento familiar, de que Luís Vaz, do Departamento de Supervisão Comportamental do Banco de Portugal, veio falar, ou o de incumprimento, abordada por Pedro Dias, do mesmo setor.
Luís Vaz começou por explicar o que é a inflação e como o BCE a gere, traçando depois o cenário em Portugal no que a este indicador diz respeito, fixando-se, em setembro passado, em 3,6%.
“Qual o impacto da inflação e do aumento das taxas de juro no orçamento familiar?”, inquiriu-se de seguida. “Com a inflação mais elevada e a consequente subida das taxas de juro, aumenta o custo do crédito a taxa variável”, explicou. Assim, “o aumento das taxas de juro leva a um aumento das despesas mensais”, o que causa uma “redução do saldo do orçamento e da capacidade de poupar”.
Deste modo, salientou o especialista, é necessário repensar o orçamento familiar, através de medidas como a reavaliação das despesas, dar prioridade às necessidades e satisfazer os desejos na medida do possível, ou ainda ponderar a possibilidade de reutilizar, recuperar ou partilhar produtos, entre outras.
Levar uma calculadora quando se vai às compras pode ser outra estratégia a adotar, comentou o orador, em tom de brincadeira, mas afirmando que, no seu caso, se tornou uma necessidade a partir do momento em que passou a ser pai de três. O orador salientou ainda a importância de pedir faturas com número de contribuinte e de ir controlando no portal e-fatura. “Reduza os encargos com a sua conta bancária, convertendo-a numa Conta de Serviços Mínimos Bancários”, aconselhou ainda, o que assegura ao cliente que o total das comissões cobradas não poderá superar 1% do valor do indexante dos apoios sociais (IAS), um valor que, em 2023, não pode exceder 4,80 euros.
Pedro Dias abordou a “Gestão de Crédito num contexto de subida das taxas de juro”. De acordo com o especialista, numa situação de risco de incumprimento no pagamento do crédito bancário, o cliente pode pedir à sua instituição para ativar o PARI – Plano de Ação para o Risco do Incumprimento, que as instituições são obrigadas, por lei, a ter. O plano pressupõe que a instituição apresente propostas de soluções adequadas à situação financeira dos clientes, estando aquelas proibidas de cobrar comissões pela renegociação do crédito e de agravar a taxa de juro dos contratos de crédito no âmbito de acordos celebrados com os clientes.
De seguida, o especialista apresentou um pacote de medidas relativas à mitigação do impacto da Euribor no crédito à habitação, que está em vigor até ao final deste ano, abordou a suspensão temporária da cobrança da comissão por reembolso antecipado, a bonificação de juros no crédito à habitação, a estabilização da prestação do crédito à habitação, culminando a sua apresentação com a recomendação para se consultar a CRC – Central de Responsabilidades de Crédito, um portal onde clientes e fiadores podem acompanhar o mapa de responsabilidades do crédito. O destaque final foi para a consulta da Rede de Apoio ao Cliente Bancário (RACE), para os clientes bancários e fiadores em PERSI. ■