“Londres é o reflexo do mundo actual, um exemplo perfeito da globalização”

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imageCarla Francisco Rodrigues
Caldas da Rainha
34 anos
Londres, Reino Unido
Médica (Ginecologia/Obstetrícia)
Percurso Escolar:
Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, Escola Secundária Raul Proença, Faculdade de Medicina de Lisboa

O que mais gosta do país onde vive?
A diversidade. A mistura de etnias, culturas e costumes é incrível. A variedade na oferta de gastronomia, eventos culturais e entretenimento faz de Londres uma cidade única. Londres é o reflexo do mundo actual, um exemplo perfeito da globalização.

O que menos aprecia?
O clima. A chuva é uma constante durante mais de seis meses por ano. As temperaturas médias são bastante inferiores a Portugal e os dias de sol são poucos. Quando estamos habituados a um clima como o português, a transição custa um pouco.

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De que é que tem mais saudades de Portugal?
Da família e dos amigos. Tenho a sorte de ter vindo para Londres com o meu marido, mas mesmo assim há dias em que a saudade de casa aperta… Sem dúvida que o mais difícil de estar fora de Portugal é o estar longe de quem mais gostamos. Tudo o resto são pormenores a que nos adaptamos com bastante facilidade.

A sua vida vai continuar por aí ou espera regressar?
O plano é regressar após dois anos e usar a formação obtida aqui no meu trabalho diário em Portugal.

“Aprende-se imenso com a partilha de vivências, de diferentes realidades e culturas”

O objectivo da minha vinda para Londres foi fazer uma sub-especialização em Ecografia Obstétrica. A Fetal Medicine Foundation (organização reconhecida mundialmente na área da Medicina Fetal) tem um programa de formação prática e teórica, ao qual concorri e fui aceite, com a duração de dois anos.
Desenvolvo o meu trabalho em vários hospitais na área de Londres, onde realizo diariamente ecografias a grávidas. Parte da formação passa também pela investigação, participando na realização de diferentes estudos e artigos científicos. Tem sido uma experiência fantástica, muito enriquecedora e gratificante do ponto de vista profissional.
Tal como grande parte da população de Londres, desloco-me para o trabalho usando os transportes públicos: metro, autocarro, ou comboio. A rede de transportes é muito eficiente e abrangente, o que faz com que não sinta falta de ter carro próprio. Tendo em conta que tenho que percorrer distâncias consideráveis, o tempo perdido e o custo dos transportes são desvantagens significativas.
O custo de vida em Londres é mais alto que em Portugal. Os salários são, em média, mais elevados, mas os custos diários também são superiores. As maiores diferenças são o custo com a habitação e os transportes – ambos muito mais dispendiosos que no nosso país.
Do ponto de vista pessoal, um dos aspectos mais positivos da experiência de viver no estrangeiro são as novas amizades que se constroem. Tenho a felicidade de trabalhar com dezenas de pessoas que também estão a viver fora do seu país de origem, o que nos aproxima bastante. Aprende-se imenso com a partilha de vivências, de diferentes realidades e culturas. Os nossos preconceitos e perspectivas do mundo alteram-se. Viver fora do nosso país transforma-nos.

Carla Francisco Rodrigues

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