Entre quinta-feira e domingo foram vendidas uma centena de peças, superando as melhores expectativas da organização.
“Trata-se de uma grande demonstração do talento e da arte, que tem que ser acarinhada”, disse o presidente da Junta de Freguesia das Gaeiras, Eduardo Silva, na inauguração da quinta edição desta mostra. O autarca destacou ainda que a exposição tem vindo a melhorar, tanto em termos de criatividade e originalidade dos trabalhos apresentados, como do espaço, que este ano foi dividido para que os participantes o pudessem decorar de forma autónoma.
Eduardo Silva mostrou-se surpreendido com o interesse por parte dos artistas em participar na exposição das Gaeiras. “Passámos de 52 para 77 artistas a participar na mostra e temos mais de mil peças expostas, entre eles presépios de grande dimensão em mármore e metal”, disse.
O presidente da Junta de Freguesia, que organiza a exposição, fez ainda notar que o número de artistas presentes é muito superior aos 20 participantes na exposição de Santo Tirso deste ano, que é considerada a capital do presépio. O autarca garante que as Gaeiras não quer ocupar essa denominação, mas antes “afirmar-se como um local de excelência para expor presépios”.
Eduardo Silva explica que a mensagem transmitida pelo presépio é transversal em termos etários e sociais, dando nota das excursões e visitas de escolas que ali se dirigem. Só no domingo passado houve quatro grupos a visitar a exposição.
A transversalidade está também patente ao nível dos materiais expostos, que vão desde os mais clássicos, como o barro, a pedra ou o metal, a representações mais originais feitas a partir de embalagens reutilizadas, papel, trapo, ou mesmo casca de ovo.
Esta iniciativa tem também por objectivo divulgar o trabalho dos artistas. “Espero que apareçam muitos compradores porque há aqui peças inesquecíveis”, garante o autarca.
Tendo em conta o período que o país atravessa, os artistas têm apostado em fazer presépios pequenos e mais económicos, a que chamam “presépios da crise”. “Aqui é possível encontrar peças para 2500 euros, mas também a dois euros”, conta o autarca, acrescentando que os autores tiveram a sensibilidade de fazer peças muito “bonitas e bem feitas mas a custos irrisórios”.
Também presente na inauguração da mostra, o vice-presidente da Câmara de Óbidos, Humberto Marques, destacou a criatividade e talento que ali é possível encontrar, incentivando a organização a dar continuidade ao evento.
O evento conta com entradas livres, revertendo os donativos para a construção da futura igreja das Gaeiras.
Integrada no evento Óbidos Vila Natal, a mostra está aberta nos dias úteis entre as 14h00 e as 18h00 e aos sábados, domingos e feriados, entre as 14h00 e as 20h00.
Testemunhos
Américo Teodoro “A vila de Óbidos em presépio”
Américo Teodoro, das Caldas da Rainha, participa pelo quarto ano na exposição. Desta vez tem exposto um presépio com 1,7 metros de comprimento, onde recria o nascimento de Jesus tendo por cenário a vila de Óbidos. Junto à gruta, feita com um tronco de sobreiro, o septuagenário colocou a igreja de Santa Maria e, a ladear todo o cenário, um castelo.
Há três meses que trabalha para fazer o presépio, que a cada ano tem mais pormenores. Por vezes, Américo Teodoro também altera os materiais, como é o caso do pastor, que adaptou de uma figura de um santo. “Não consegui encontrar nenhuma figura que se adaptasse à escala que pretendia e tive que usar a imaginação”, disse.
Paula Clemente “A trabalhar ao vivo durante a exposição”
A ceramista Paula Clemente participa na exposição desde a sua primeira edição e todos os anos traz novidades nas peças que expõe. “Este ano os presépios continuam dentro do meu estilo, mas são mais trabalhados”, disse à Gazeta das Caldas.
No ano passado já tinha os chamados presépios da crise [presépios a custo baixo], que podem ser adquiridos a partir de 10 euros. Depois há os mais caros, que são mais completos e apresentam formas mais originais e trabalhadas, cujo valor pode ascender aos 250 euros.
A ceramista esteve recentemente na Feira de Presépios, que decorreu em Santo Tirso, que correu muito bem em termos de vendas. “Não encontrei crise e espero também não encontrar aqui nas Gaeiras”, disse.
Paula Clemente fez, para estas duas exposições, cerca de 20 presépios dos mais caros e mais de uma centena dos mais pequenos, que são também “os que mais se vendem”.
Durante todo o tempo em que decorre a exposição, a ceramista estará no local a trabalhar ao vivo.
José Tanganho “Ando sempre a tentar fazer coisas novas”
José Tanganho veio de Coruche para participar ma mostra pelo terceiro ano. “Gosto mesmo de vir às Gaeiras”, disse o artesão que, durante os primeiros quatro dias trabalhou ao vivo nos antigos Armazéns do Vinho.
Este ano trouxe consigo algumas novidades. “Tendo em conta o sucesso que tem sido as peças da rainha Santa Isabel em vidrado, este ano lembrei-me de vidrar também as peças da Sagrada Família”, contou.
José Tanganho tem também em exposição presépios criados em cima de bocados de telha apanhados na praia de Algés e polidas pelo mar. Em alguns deles juntou o vidrado ao barro. “Ando sempre a tentar fazer coisas novas”, conta o artista que, a pedido de uma comerciante do Porto, criou um presépio num barco rebelo. Entre os 38 presépios expostos existe também um dentro de uma pipa, numa alusão ao local onde decorre o evento e ao facto desta ser uma zona de produção de vinho.
José Tanganho apresenta uma grande variedade de peças com custos entre os cinco e os 100 euros.
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