Organização do congresso da saúde apela à participação da população

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A organização do congresso “Os cuidados de saúde na Região Oeste”, que vai ter lugar no CCC das Caldas hoje e amanhã, 18 e 19 de Janeiro, espera que a população faça deste evento um sucesso com a sua participação em força.
“É importante promover uma reflexão séria sobre estes assuntos, trazendo peritos, mas também pedindo a toda a população para participar numa perspectiva de cidadania activa”, disse à Gazeta das Caldas o porta-voz da comissão de utentes do Hospital das Caldas, António Curado.
O simples facto deste congresso se realizar com a presença de inúmeros especialistas é já um motivo de satisfação para o médico. “A própria organização do congresso já cumpre algumas das nossas expectativas, que são as de não deixar esquecer os riscos que a cidade e a região estão a correr com a reorganização hospitalar em curso”, referiu.
Na sua opinião, a luta pela manutenção da qualidade e da acessibilidade aos cuidados de Saúde no Oeste não se pode esgotar em acções de rua “sempre importantes, mas de difícil mobilização”.
O congresso vai permitir discutir a reorganização hospitalar prevista e as alternativas. “O que está em causa envolve múltiplos factores difíceis de explicar em poucas palavras e também difíceis de transformar em simples palavras de ordem”, salienta o também médico. “Sabemos que não queremos ficar sem serviços fundamentais no hospital como o internamento de cirurgia, por exemplo. Sabemos que não queremos ficar com o Hospital Termal fechado e o património da cidade degradado. E sabemos que esses riscos existem se não fizermos nada”.
A comissão “Juntos pelo Nosso Hospital” pretende também com esta iniciativa “sensibilizar os órgãos de decisão para as consequências gravosas da reorganização que está a ser preparada, com o possível encerramento de serviços e hospitais, despromoção de urgências e valências, numa região já carenciada de cuidados hospitalares”.
Para António Curado, é importante que a tutela saiba “que também pensamos em soluções e que não nos limitamos a discordar”. Para isso convidaram especialistas reconhecidos “com ideias e conhecimentos e que poderão apontar soluções alternativas”.
Embora como médico e utente esteja mais preocupado com a reorganização hospitalar na região e as consequências que estas poderão ter nas populações, nomeadamente a diminuição da acessibilidade aos cuidados de saúde, António Curado também alerta para a necessidade de se apresentarem soluções concretas para o Hospital Termal.
E como são esperadas decisões em breve, entende que é fundamental a realização deste encontro para as poder condicionar.
Carlos Sá, presidente do Conselho de Administração do CHO, foi convidado para este evento pela comissão organizadora, mas comunicou que não vai estar presente.

PROGRAMA

Sexta-feira, 18 de Janeiro
Debate – 21h30 no CCC, Pequeno Auditório:
“Perspectiva político-partidária da reorganização dos cuidados de Saúde no Oeste – o ponto de vista dos deputados”
Moderadora: Ana Sá Lopes
PSD – Conceição Pereira
PS – João Paulo Pedrosa
PCP – João Neves
BE – João Semedo
CDS – Manuel Isaac
Sábado, 19 de Janeiro
09h00 – Abertura do Congresso: António Curado
Painel 1 – Que cuidados Hospitalares para a Região Oeste?
Moderador: António Curado
09h05 – Quais as necessidades básicas em cuidados hospitalares para uma população de 350.000 habitantes – António Martins Baptista
09h30 – Reorganizar com racionalidade – Nuno Santa Clara
09h50 – A prazo, qual a solução mais eficiente para os cuidados hospitalares: ampliar, remodelar, fundir ou construir um novo Hospital? – Luís Campos
10h10 – Ponto de vista das Comissões de Utentes sobre a reorganização dos cuidados de saúde hospitalares no Oeste? – Jorge Horta Ferreira, Jaime Neto, Rogério Cação
10h40 – Debate
Painel 2 – Equidade no acesso ao SNS
Moderador: Rui Correia
11h30 – Saúde e participação das comunidades – José Ornelas
11h50 – Mecanismos de Pagamento e sustentabilidade na Saúde – Mariana Abrantes
12h30 – Debate

Painel 3 – Cuidados Hospitalares em inter-relação com os Cuidados Primários
Moderador: João Frade
14h30 – Cuidados de Saúde primários como base do sistema: acessibilidade como garantia de qualidade – Luís Pisco
14h50 – Que ganhos trouxeram os ACES e que relação com a estrutura hospitalar – António Romão
15h10 – Debate
16h00 – Conferência – Acesso, Qualidade vs Sustentabilidade no SNS – Adalberto Campos Fernandes
Painel 4 – Saúde e Termalismo na perspectiva clínica
Moderador: Susana Caetano
16h30 – O termalismo ainda tem espaço no tempo da Medicina Baseada na Evidência? – Pedro Cantista
16h50 – Doenças reumáticas: Vale a pena ir a Termas? – Margarida Oliveira
17h05 – O Termalismo e a rino-sinusite crónica – Ana Paula Branco
17h20 – Debate
Painel 5 – Saúde e Termalismo – o desígnio duma cidade
Moderador: Paula Teresa Carvalho
17h30 – As termas e a Saúde em contexto económico de crise – Luís Cardoso de Oliveira
17h50 – Um Hospital Termal no Sistema de Saúde e sustentabilidade financeira – João Almeida Dias
18h10 – Termalismo: um potencial de geração de riqueza para o país – Henrique Lopes
18h30 – Debate

Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt