Padre Márcio Carreira celebrou Missa Nova em Tornada para 600 fiéis

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O padre Márcio Carreira durante a cerimónia, que decorreu no adro da Igreja Paroquial de Tornada

O primeiro padre natural de Tornada celebrou a sua Missa Nova na terra natal no passado domingo, perante fiéis e amigos, que chegaram de norte a sul do país

 

O adro da Igreja Paroquial de Tornada foi engalanado para receber a Missa Nova do padre Márcio Carreira, um filho da terra. “Foi uma festa muito bonita, com mais de 600 pessoas, apesar do calor”, salienta o sacerdote, de 33 anos, dando conta que marcaram presença pessoas de norte a sul do país, das comunidades por onde passou e por onde foi criando laços.
No final da celebração, o rancho folclórico do Reguengo da Parada encabeçou um cortejo desde a Igreja até ao salão do Grupo Desportivo e Recreativo de Tornada, onde houve uma festa de confraternização em homenagem ao novo sacerdote, o primeiro natural desta localidade.
Márcio Carreira iniciou os estudos na escola da Encosta do Sol e continuou na Escola Secundária Raul Proença. Optou por não prosseguir estudos superiores e apostou na formação em arte floral, ajudando a atividade dos pais, ligada à floricultura. O discernimento vocacional vem desde os seus 13 anos e, três anos depois, entra para o pré-seminário de Lisboa, mas sentiu que o caminho não era por ali. “Sempre fui muito ligado a S. Francisco de Assis e apaixonado pelo seu estilo de vida. Senti algo me fazia partir, agarrar na mala e evangelizar, colocar a palavra de Deus em prática”, conta o jovem que, aos 22 anos, decide procurar a congregação franciscana para conhecer em pormenor como era a vida religiosa. Dois anos depois é convidado a integrar esta congregação, começando o seu percurso franciscano em Leiria e depois tomou o hábito, no Convento Varatojo, em Torres Vedras, em 2013. No ano seguinte fez os primeiros votos (pobreza, obediencia e castidade) enquanto frade. Márcio Carreira prosseguiu os estudos universitários no Porto e Braga, onde tirou o mestrado integrado em Teologia, com a tese sobre o papel da mulher na Igreja no mundo contemporâneo, que defendeu em dezembro de 2019. No mês seguinte rumou a Madrid para tirar uma pós-graduação, agora na área da espiritualidade franciscana.
Em outubro de 2020 Márcio Carreira fez os votos perpétuos em Braga e, poucos meses depois, foi convidado para integrar a comunidade franciscana de Leça da Palmeira e Porto, onde tem desenvolvido trabalho na Pastoral juvenil, penitenciária e social e caritativa, esta última a mais exigente, tendo em conta que foi responsável por uma despensa social, que ajudava 70 a 80 famílias carenciadas de 15 em 15 dias. Em novembro do ano passado foi ordenado diácono e, 3 de Julho, foi ordenado padre, continuando a exerce funções na Pastoral Juvenil, Social e Penitenciária no Porto e Leça da Palmeira. O sacerdote franciscano acalenta o sonho de passar por uma experiência de missão no estrangeiro. ■

Dois oestinos estão entre os seis sacerdotes ordenados este ano no Patriarcado

Este ano já foram ordenados sacerdotes seis diáconos, provenientes dos seminários diocesanos de Lisboa. Dois deles (Fábio Alexandre e Diogo Tomás) são naturais da paróquia de Évora de Alcobaça. De acordo com o setor da Animação Vocacional do Patriarcado de Lisboa, o sinal das vocações é “o sucesso de experiências missionárias no meio universitário que acontecem por todo o país e que atraem crentes e não crentes”.
D. Daniel Henriques, bispo auxiliar de Lisboa e responsável pelo acompanhamento pastoral da região Oeste, explica que existem os sacerdotes seculares, formados no Patriarcado e que ficam ao serviço do Patriarcado, e os regulares (religiosos, como o frei Márcio Carreira) que ficam ligados à sua congregação e, por isso, podem não ficar na sua diocese de origem.
“O cuidado em prover as paróquias e serviços diocesanos dos sacerdotes necessários, que compete ao bispo diocesano, é abrangente e não tem em conta a proveniência dos mesmos, dentro da diocese”, refere, acrescentando que o objetivo passa por nenhuma paróquia ficar sem padre, o que implica que a maioria dos padres no Oeste sejam párocos de mais de uma paróquia, algumas muito pequenas.
“Como muitos sacerdotes iniciam o seu ministério no Oeste, a média etária é bastante baixa (menos de 50 anos)”, explica à Gazeta das Caldas. ■