Paróquia de Óbidos procura apoios para recuperar órgãos

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Órgão da Igreja de Santa Maria é a jóia da coroa

Projeto prevê recuperação dos três órgãos e custa 190 mil euros

Em Óbidos há quatro órgãos de igreja antigos. Um deles pertence à Misericórdia e já está a ser recuperado. Os outros três, todos do século XVIII, são pertença da paróquia, que procura fundos para conseguir recuperar as peças.
A intenção de recuperar os órgãos é antiga. “Desde que vim para cá que os queria restaurar”, disse o padre Ricardo Figueiredo, explicando que “são peças históricas” e que, não sendo utilizadas, tendem a degradar-se. Segundo o pároco, “cada um dos três tem valor por si só”, ainda que o órgão da Igreja de Santa Maria seja a jóia da coroa.
Em 2018 a paróquia pediu vários orçamentos e, nessa altura, havia alguns interessados em financiar a obra. Mas entretanto atravessou-se a pandemia e é preciso agora perceber se há ou não disponibilidade.
Um primeiro passo foi a classificação de interesse cultural destas peças, que ocorreu a 7 de junho e que permite às empresas que financiem a obra ao abrigo do mecenato, contribuíndo em sede de IRC. A paróquia está também a tentar que cada órgão seja entregue a um organeiro diferente.
No relatório do projeto, com uma caraterização de cada peça, é possível perceber que o órgão da Igreja de Santa Maria foi “construído por Bento Fontanes entre 1774 e 1787”, sendo descrito como “um dos mais belos órgãos de Portugal desta época e profundamente marcante dado ao seu construtor e sua posição no âmbito da organaria portuguesa”.
O de São Pedro, também do século XVIII, “sofreu várias alterações, no sentido de o adaptar ao uso deste instrumento à época”. Segundo o relatório “o seu estado atual, apesar de precário, possibilita a sua recuperação”.
No caso da Igreja do Senhor da Pedra, o órgão é da primeira metade do século XVIII, e faltam-lhe tubos e tem peças de metal oxidadas. Apresenta problemas estruturais, mas a caixa está em estado razoável.