Caldas da Rainha com maior oferta de tratamentos termais a partir de junho

0
333
Atualmente apenas funcionam os tratamentos de inalação no Balneário Novo

A entrada em funcionamento da ala sul do Hospital Termal e a criação do plano de expansão visam contribuir para alavancar o termalismo na cidade

O termalismo está na génese das Caldas da Rainha. É ali que se encontra o Hospital Termal mais antigo do mundo, mandado erigir por D. Leonor em 1485 para dar assistência aos mais pobres, mas que também foi frequentado por reis e aristocratas. As termas, que foram motor de dinamização da então vila e, atualmente cidade, e cujas águas curam doenças respiratórias e de origem musculoesquelética, encerraram em 2013, devido à persistência da bactéria legionella nas suas águas.
Manter-se-ia fechado até maio de 2019, altura em que foi reaberto o Balneário Novo e começaram a ser disponibilizados tratamentos de otorrinolaringologia. Esta reabertura resulta do investimento da autarquia, na altura liderada pelo PSD, em canalizações e melhoramentos nas infra-estruturas decorrentes da concessão do património, por parte do Estado, e também do direito à exploração da água mineral denominada “Caldas da Rainha”, por um período de 50 anos. O contrato, que data de 2017, determina ainda que as antigas piscinas termais “não poderão ter utilização balnear e que deverá ser acautelado e preservado o património geológico e cultural existente no mesmo”. À autarquia cabe também construir um novo estabelecimento termal ou adaptar um ou mais edifícios, bem como propor à DGEG um projeto de preservação e eventual classificação do Hospital Termal.
Em fase de conclusão estão os trabalhos que visam reabilitar e modernizar a ala sul do Hospital Termal, que será dedicada aos tratamentos nas áreas músculoesqueléticas, completando a oferta termal. O espaço, que deverá abrir em junho, estará equipado com novas banheiras adequadas para tratamentos clínicos músculoesqueléticos e também para massagens e bem-estar, que passarão a fazer parte da oferta das termas caldenses.

Promoção da saúde
Desde 2018 os aquistas têm beneficiado de comparticipação nos tratamentos termais prescritos pelo SNS em 35% até ao valor de 95 euros. O ano passado, aquando da visita ao Balneário Novo, integrada nas cerimónias do 15 de Maio, o então secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, destacou a importância dos tratamentos termais na recuperação de sequelas na fase pós-pandemia. “Devemos olhar para as águas termais numa ótica de promoção da saúde, mas também de atividade de entre família ou entre amigos”, salientou, defendendo o diálogo entre diferentes entidades e promovendo uma maior informação e investigação.
Com o atual executivo, liderado pelo Movimento Vamos Mudar, o termalismo caldense passou a ser visto numa outra perspetiva. Logo no início do mandato autárquico foi estabelecido um memorando de entendimento com o PS, em que entre os pontos de convergência estão assuntos como a construção de um novo balneário termal, a criação de um plano de incentivo ao investimento e lançamento das bases para a criação de um centro de investigação das águas termais. Mais recentemente foi aprovado pelo executivo municipal a proposta socialista para elaboração e execução de um projeto de expansão do termalismo na cidade. Este plano, cujas diligências para a sua concretização já começaram, pretende juntar a água termal e os tratamentos termais, em articulação com a praia, as águas da Pocinha de Salir do Porto, o Parque D. Carlos I e a Mata. Deve, igualmente, incluir um Centro de Investigação das Águas Termais e demais Recursos Hidrológicos, que qualifique as Termas das Caldas e apostar numa forte promoção e divulgação das termas caldenses.
O estudo deverá também auxiliar o executivo na tomada de decisão sobre a localização, a tipologia e a capacidade de um novo balneário, que deverá integrar o complexo termal.