BCI encerrou Ciclo de Bandas no Parque

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Responsáveis autárquicos subiram ao placo no final do concerto da Banda filarmónica caldense

Foi com arranjos de canções portuguesas que a Banda Comércio e Indústria fechou os concertos no Parque D. Carlos I. As atuações de grupos do concelho das Caldas voltam para o próximo ano

O tempo agradável que se fez sentir no serão de sábado à noite, 30 de julho, terá contribuído para encher a plateia instalada no Parque das Bicicletas para ver e ouvir o último concerto do ciclo Bandas no Parque, a cargo da Banda Comércio e Indústria (BCI).
Sob a batuta do maestro Adelino Mota, o grupo estreou vários temas, sempre muito aplaudidos por aqueles que assistiram ao evento.
A banda caldense tem, neste momento, 60 músicos e vive uma boa fase, mesmo tendo em conta que ainda há alguns resquícios deixados pela pandemia.
E há vicissitudes que é preciso contornar. Desde logo, vários jovens tiveram que acompanhar as famílias que se encontram de férias, outros estão a trabalhar e ainda há os que tocam instrumentos de sopros e que ao colocar aparelho nos dentes ou fazerem uma operação no maxilar têm que ser substituídos…
A BCI apresentou um repertório bastante eclético como é habitual nas suas atuações. Abriram as hostes com uma típica marcha de concerto, intitulada “Concerto no Parque”, do maestro Álvaro Reis, também compositor de temas para bandas. Este autor escreveu este tema dedicado às bandas das Caldas e também ao Parque D. Carlos I. Um tema emblemático para a BCI e para os caldenses.
Seguiu-se uma abertura sinfónica, a abertura Cavalaria Ligeira de F. Suppé e logo depois, “Sonho de uma noite de Verão”, do jovem compositor português, João Malha.
Muito aplaudido foi o conjunto de peças com que a BCI prestou homenagem ao Cante Alentejano, com um medley de cantos típicos daquela região, tendo começado com o “Hino dos mineiros de Aljustrel” sem esquecer “Dá-me um gotinha de água”, tema também divulgado por António Zambujo.
Outro medley, nada fácil de interpretar, reuniu temas dos Trovante e colocou o público a trautear temas emblemáticos como “Caravela”, “Memórias de um Beijo” ou ainda “Balada das Sete Saias”. Os instrumentais das canções deste mítico grupo português foi um dos momentos altos desta atuação.
A BCI prestou homenagem a Chick Corea, através da interpretação do tema “Spain”, que ainda contou com dois momentos de improvisação.
Este foi um concerto eclético “que dá para o público conhecer as várias sonoridades que uma banda pode apresentar em concerto”, referiu Adelino Mota.
Mais um detalhe sobre a BCI: cada músicos tem a sua garrafa de alumínio para a água, personalizada. “Somos 50 pessoas e em cada ensaio era um grande desperdício de plástico. E cada um vai enchê-la à torneira. Há muito tempo que optámos por esta medida apostando na sustentabilidade”, disse o maestro. No final, o presidente da Câmara das Caldas e os dois presidentes das Juntas de Freguesia da cidade subiram ao palco para reafirmar o apoio às bandas filarmónicas do concelho que animaram os serões dos últimos cinco sábados. Em média estiveram pelo menos 500 pessoas por concerto, logo foram cerca de 2.500 as pessoas que assistiram a estes eventos musicais no Parque.
Entretanto aproximam-se as comemorações da elevação das Caldas a cidade que se assinalam a 26 de agosto. Segundo Pedro Braz, da União de Freguesias de Caldas – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, fará parte da iniciativa, a atuação da soprano caldense Rita Marques, na recuperada Igreja do Pópulo.

Geminar festivais europeus
Adelino Mota dirige outros grupos musicais no Oeste, como a Big Band da Nazaré que inclusivamente participou no Festival de Jazz de Capebreton, uma vila piscatória geminada com a Nazaré. Esta localidade também possui pesca, surf e é das poucas que, como a vila piscatória oestina, também têm um canhão subterrâneo no mar.
Fica entre Biaritz e Bordéus, na costa atlântica sudoeste de França. “Estivemos lá este ano durante três dias com o grupo Dixie Naza Jazz Band”, disse o maestro acrescentando que o festival de jazz francês já decorre há 30 anos e será geminado com o Festival de Jazz do Valado.
“Vamos ter novidades para o ano como a constituição um grupo luso-francês Nazaré Capebreton Sexteto que será criado de raiz para atuar nos dois festivais”, disse. Para além dos projetos em comum, haverá grupos portugueses a atuar em França e vice-versa.
Adelino Mota é ainda diretor artístico de um festival de jazz em Espanha onde leva grupos profissionais portugueses. e continua a trabalhar com vários grupos de músicos portugueses desde o Lusitanus Ensemble até à Orquestra Juvenil do Valado que já tem 32 anos e se dedica aos mais novos que iniciam o seu percurso musical. “Mais importante para mim é criar boas pessoas, criar bons ouvintes e que gostem de ouvir música”, referiu o maestro sobre este grupo, que está em constante rejuvenescimento. Os músicos mais velhos têm… 16 anos. Para o maestro, as autarquias “deviam apoiar mais as bandas pela parte social que fazem”, rematou. ■