Centro de Portugal quer atrair cineastas nacionais e estrangeiros

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Gazeta das Caldas
A comissão, que se apresentou em Coimbra, acredita nas produções cinematográficas como geradoras de riqueza para a região |DR

Atrair produções cinematográficas e audiovisuais para a região Centro e assim gerar benefícios económicos para a região é o objectivo de uma comissão denominada Centro Portugal Film Comission (CPFC) que foi apresentada a 16 de Outubro em Coimbra. A comissão quer contar com a adesão das câmaras da região de modo a agilizar os processos das produtoras que desejarem filmar nos seus territórios.

“O Centro de Portugal é muito diversificado e temos vários ambientes para oferecer a quem quiser rodar filmes nesta zona”, disse à Gazeta das Caldas, Francisco Dias, vice-presidente da CPFC, que é também docente da ESTM e está ligado a festivais de cinema ligados ao turismo.
Na sua opinião, a região Centro possui massa crítica e cenários diferenciados para serem utilizados pelas produtoras cinematográficas. Além do mais, o contexto actual é favorável pois o Governo “vê o cinema como um factor de promoção do próprio país”, disse.
A apresentação da CPFC teve lugar no Seminário Maior de Coimbra, onde foram apresentados os principais trunfos que o Centro de Portugal tem para mostrar às produtoras cinematográficas e aos cineastas. Além  do clima favorável, das muitas horas de luz solar por dia, há que contar com as boas acessibilidades e segurança.
No início da conferência foi exibido o filme “Turismo Centro de Portugal – Destino Preferido da ECTAA em 2017”, que tem somado prémios em todos os festivais de cinema em que participa. O filme ilustra a riqueza e diversidade de cenários que podem ser encontrados na região Centro do país.
A conferência de imprensa contou com Bruno Manique, Francisco Dias e Mafalda Sá, respectivamente presidente, vice-presidente e membro da direção da CPFC.
Bruno Manique abordou os objectivos da associação, descrevendo a importância que pode vir a ter na captação de investimentos. Já Francisco Dias apresentou as vantagens de as autarquias se associarem à CPFC, dando exemplos de casos de sucesso de associações congéneres de todo o mundo. Mafalda Sá, por sua vez, abordou as virtudes de as empresas de produção cinematográfica se relacionarem com a Comissão.
Entre os próximos passos da CPFC constam a elaboração de um modelo de contrato-programa com os municípios aderentes, protocolos com instituições de ensino superior com cursos nas áreas do cinema, a identificação de oportunidades de financiamento e a captação de empresas do sector do cinema para a região.
Das 100 autarquias da região Centro, Francisco Dias disse à Gazeta das Caldas que gostaria de arrancar trabalhando com pelo menos 20 Câmaras.
Esteve também presente Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal e da Assembleia Geral da CPFC. Na sua intervenção, sublinhou a importância da Comissão  para a valorização da marca Centro de Portugal e elogiou a composição dos seus órgãos sociais: “está aqui a nata do cinema no Centro de Portugal, desde directores de festivais até produtores, de Coimbra, Leiria, Aveiro, Figueira da Foz, Caldas da Rainha e outros locais. É uma verdadeira Film Comission do Centro de Portugal”.

Oeste cenário de filmes

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Óbidos é frequentemente escolhida para cenários de filmes |Fátima Ferreira

O Oeste há vários anos que é palco para filmagens. Há de tudo um pouco: desde filmes de época, até aos promocionais, sem esquecer as produções académicas, feitas no âmbito da ESAD.
Nos últimos anos as Caldas da Rainha e a  Foz do Arelho receberam filmagens das telenovelas Água do Mar e Poderosas. O património caldense já serviu de cenário a vários filmes de promoção turística da cidade, dos seus eventos e da região. Há ainda quem se recorde de filmagens de Jorge Silva Melo, realizadas na Foz do Arelho. A estância balnear caldense também recebeu a filmagem de O Viúvo (um conto de David Mourão Ferreira) que contou com cenas no Hotel Facho.
Nas Caldas, em 2008 também houve filmagens relativas ao filme “Second Life” de Alexandre Valente.
Óbidos, pelos seus cenários patrimoniais atraem a sétima arte, tendo já ali sido rodados vários filmes, como é o caso de “Pousada das Chagas” de Paulo Rocha (1972) de Lionheart (1987), Coitado do Jorge (1993) ou a comédia medieval francesa Sans Peur et Sans Reproche (1988). Em 2012, o castelo foi o cenário escolhido para o filme Linhas de Torres. Também, há várias décadas, foi filmado uma versão do Conde de Monte Cristo em Óbidos.
A vila medieval tem também sido procurada para ser cenário de algumas séries televisivas, como é o caso de Morangos com Açúcar, Velhos Amigos, ou Rebelde Way.
No Bom Sucesso Design Resort, houve a rodagem dos últimos episódios de Rosa Fogo. A vila também recebeu em Dezembro de 2016, as filmagens de Malaya, um filme indiano.
Em 1981 foram igualmente filmadas em Óbidos algumas cenas da telenovela brasileira Baila Comigo.

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Rodagem do filme Sinais de Fogo no Bombarral em 1995 |Valter Vinagre

Também o Bombarral tem recebido equipas de filmagem. A última grande produção foi a telenovela Bem Vindos a Beirais que foi rodada no Carvalhal. Ali perto, na Quinta dos Loridos, também já foi produzida uma série alemã.
Ainda no Bombarral foi rodado um filme sobre Alves dos Reis, bem como a longa metragem Sinais de Fogo. Ambos tiveram como cenário a estação de caminhos-de-ferro do Bombarral.
Também a estação ferroviária de Outeiro da Cabeça (Torres Vedras) foi alvo de filmagens para uma ficção que decorria durante a II Guerra Mundial.
Em Alcobaça, em 2006, foi rodado um filme alusivo à Batalha de Aljubarrota.
A Nazaré tem acolhido a rodagem de filmes desde cedo. Em 1929, Leitão de Barros filmou Nazaré, Praia de Pescadores e no ano seguinte Maria do Mar. Antes foi filmado Olhos de Alma (1923) de Roger Lion. Em 1952 houve filmagens para o filme Nazaré, de Manuel Guimarães. Mais recentemente foi rodado Fisherman (2008) e Quasimodo d’El Paris (2011) na vila piscatória.
Em Peniche Luís Filipe Rocha filmou A Fuga (1977) e em 2006 Ricardo Costa rodou Brumas também naquela localidade. Sara Eustáquio, em 2016, também filmou em Peniche algumas cenas do seu filme 4242. A cineasta filmou igualmente em Torres Vedras, Óbidos e em Lisboa.