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Abriu ao público a 12 de Julho e pode ser vista até amanhã, dia 19, a exposição “Caldas Existe” uma iniciativa do Conselho da Cidade, patente no Céu de Vidro. Da mostra fazem parte obras de artistas e de empresas caldenses que o Conselho da Cidade tentou incluir num roteiro cultural e ambiental nas Caldas que a Câmara não aceitou, no âmbito do Orçamento Participativo.
Uma das representantes Ana Leal, aponta o dedo à autarquia afirmando que “não nos aceitaram este projecto mas aproveitaram-se dele e já o começaram a apresentar”.
Quem entra no Céu de Vidro pode ver, em várias bancas, uma grande variedade de peças nos mais variados materiais. Por todo o espaço há obras de ateliers de caldenses.
Podem ser apreciados trabalhos nas áreas da cerâmica, joalharia, escultura, porcelana, cordofones, velas, conservação e restauro e chocolataria e confeitaria.
Segundo Ana Leal, do Conselho da Cidade, esta mostra resulta do culminar de uma série de visitas guiadas que foram feitas desde 2013 aos vários espaços, onde foi possível contactar com os artistas, as suas técnicas e as matérias-primas que os mesmos usam para executar os seus trabalhos.
“Temos no concelho caldense um potencial artístico muito bom”, disse a organizadora, acrescentando que entre os seleccionados para esta apresentação “temos vários autores premiados e reconhecidos mais lá fora do que na sua terra natal”.
Ana Leal acha ainda que os artistas e os criativos “devem ser acarinhados e tem faltado no nosso concelho a visão, a inteligência e essencialmente a vontade de fazer a mudança”. Por isso “é preciso colocar as Caldas no mapa, usando como montra o que de melhor se faz no concelho e é preciso fazê-lo de uma forma profissional”.
“Câmara ficou-nos com o projecto!”
Na sequência de todas as visitas que o Conselho da Cidade realizou, foi apresentado em Julho de 2013 no âmbito do Orçamento Participativo, um roteiro cultural e ambiental das Caldas que incluía a sinalética, a arquitectura, o património, as obras de arte pública, os ateliers dos artistas e as unidades industriais. A parte do roteiro ambiental incluía o parque, a mata, a Lagoa e o Paul de Tornada.
“O projecto de Roteiro Cultural e Ambiental não passou por questões administrativas que nos são estranhas. Foi chumbado pois foi considerado não elegível. Depois a Câmara pegou na nossa ideia e ficou com ela”, disse Ana Leal.
A representante do Conselho da Cidade conta que a autarquia foi contactar as mesmas empresas com quem o Conselho pretendia trabalhar e deu como exemplo a Bitcliq com quem a Câmara acabou por contratar o City Guide das Caldas da Rainha, onde é possível ter acesso, em aplicações móveis, aos pontos turísticos da cidade.
“Ficamos contentes que tivessem agarrado a nossa ideia, apesar de talvez não o terem feito da melhor maneira, mas há valores que ultrapassam eventuais ressentimentos e ficamos contentes que eles peguem na ideia e os projectos se concretizem”, rematou Ana Leal.
“Caldas Existe” para apreciar até amanhã
“Caldas Existe” é visitável até amanhã e ocupa não só todo o espaço do Céu de Vidro como a parte interior, agora transformada em agradável espaço expositivo.
Na cerâmica marcam presença Bolota, Carlos Enxuto, Victor Mota, Ana Sobral, Atelier S. Miguel (Fernando e Milena Miguel), Molde e Cencal, tal como a Braz Gil Studio com as suas peças de porcelana. A Promol também está presente com as velas e a Bombondrice com os produtos de chocolate e de confeitaria.
Na área da Conservação e Restauro há trabalhos de Mónica Correia e nos cordofones de Orlando Trindade. Na escultura marcam presença os Origami Produções, Carlos Oliveira, Renato Franco e Atelier Folha Branca.
A Joalharia está representada por Cecília Ribeira, Liliana Alves e ainda a marca Santos Pessoa Criadores. Presentes na inauguração da mostra estiveram o vereador da Educação, Alberto Pereira, e o presidente da Assembleia Municipal, Luís Ribeiro que teceram rasgados elogios ao Conselho da Cidade e aos trabalhos dos participantes.
Natacha Narciso
nnarciso@gazetadascaldas.pt
