“Gaza está em toda a parte” foi apresentado perante casa cheia nas Caldas

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A escritora com um dos elementos do grupo Palestina Livre Caldas
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Livro de Alexandra Lucas Coelho sobre Gaza foi apresentado nas Caldas no sábado ao fim da tarde

O salão da sede da União de freguesias de N. Sra. Pópulo, Coto e S. Gregório foi pequeno para todos os que queriam assistir à apresentação do livro “Gaza está em toda a parte” (Caminho) de Alexandra Lucas Coelho. A escritora e jornalista escolheu vir às Caldas num segundo momento da apresentação desta sua obra, lançada em Lisboa, no Teatro A Barraca, a 2 de maio.

A escritora veio a convite do grupo Palestina Livre Caldas e que segundo Fábio Capinha, o que se passa na Palestina “é a ferida aberta mais sangrenta do nosso tempo”. Para o ativista, Israel “está a cometer o crime de genocídio e que envergonha o mundo”.

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Os líderes do mundo “envergonham-nos com a sua apatia e cumplicidade “. De qualquer modo em vários países “há quem se organize e exija liberdade e cessar fogo já para a Palestina”.

Para Alexandra Lucas Coelho, ver a sala cheia “é ótimo” e partilhou que para os palestinianos “pode parecer que não faz diferença mas faz pois tudo isto está a acontecer e o mínimo que podemos fazer é ouvi-los. Cada um faz diferença e marcar presença nos eventos dá-lhes força”.

A escritora, que acompanha aquele território desde 2002, partilhou que este seu novo livro tem dois conjuntos de fotografias – a primeira referente a Gaza em 2017 altura em que foi pela última vez que a jornalista portuguesa conseguiu entrar em Gaza.

Além do mais “os jornalistas palestinianos estão a ser torturados e mortos”, disse a autora acrescentando que os jornalistas internacionais estão impedidos de entrar na Palestina desde o 7 de outubro. “É também uma tragédia imensa para o jornalismo mundial que ao fim de um ano e sete meses não conseguem entrar naquele território”, referiu a escritora.
A segunda sequência de imagens é do pós 7 de outubro e retrata o que se passa na Cisjordânia, Jerusalém Oriental e também em Israel.

As fotografias de Gaza, incluídas nesta obra e referentes a 2017 , propõem uma viagem naquele país feita com jovens, mulheres, pescadores e com o único psiquiatra que trata de dois milhões de pessoas “que estão a enlouquecer”.

É um percurso pela faixa de Gaza “que serve para situar as pessoas no que é que existia antes do 7 de outubro e vai até abril deste ano”. Esta obra, que foi sendo construída aos poucos, ainda incluiu uma carta que a autora escreveu a 7 de abril de 2025 aos líderes de Portugal e da Europa e que se intitula “A vossa vala comum”. Também integra um texto dirigido a Kahlida Jarrar, parlamentar e ativista palestiniana que, ao todo, já foi presa durante 10 anos por Israel. Alexandra Lucas Coelho escreve-lhe quando soube que tinha sido presa pela quinta vez. “Ela esteve seis meses em isolamento numa cela sem janelas “, contou. O pior era a falta de ventilação e por isso Kahlida Jarrar “deitava-se no chão para poder respirar pela fresta da porta onde passava o ar”.

Estas prisões atualmente “incluem mulheres muitos novas, outras muito velhas, grávidas ou a amamentar”, disse a autora que foi convidada a escrever um texto para o Dia Internacional da Mulher em Grândola e escolheu o texto dirigido a Kahlida Jarrar. Desta forma, a história desta lutadora chegou às pessoas, enviada para as sete mil caixas de correio daquela localidade portuguesa, também ela tão ligada à revolução portuguesa.
Para Alexandra Lucas Coelho é difícil prever o que vai acontecer mas, na sua opinião “Israel é uma sociedade doente e alienada onde se faz lavagem cerebral aos cidadãos desde muito novos”, disse a autora que também relembrou que há manifestações a favor da Palestina, por todo o mundo, e que apesar das consequências para os manifestantes “não desmobilizam e continuam a lutar a favor dos palestinos”. A próxima iniciativa do Palestina Livre Caldas está prevista para o próximo domingo, dia 11 de maio, às 17h00, com a exibição do filme “Naila e o Levante”, de Just Vision, no Páteo do Baco (que fica na R. Sebastião de Lima, 26).

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