Peniche tem história, cultura, património natural e… tecnologia

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A ligação com o mar promove Peniche como um interessante destino turístico. Mas o concelho vale por mais do que a sua onda, possuindo um rico património histórico, cultural e paisagístico, além de desempenhar um papel importante na investigação ligada às tecnologias e economia do mar.

Peniche é uma vila piscatória localizada sobre uma península de 10 km de perímetro. O concelho, com cerca de 27 mil habitantes, é fortemente ligado ao mar.
O pescado é um dos principais motores económicos, através da captura e da transformação alimentar. Mas o mar é igualmente importante através do crescente sector do turismo, procurado tanto como destino de praia, como pelos desportos aquáticos.
Além destes sectores, a economia do concelho está ligada à produção agrícola, com um forte enfoque nos produtos hortícolas.
O FORTE
O Forte – também conhecido como Praça-forte, ou Fortaleza – é um dos monumentos icónicos de Peniche. A sua origem será no século XVI, no Castelo da Vila. Mas é pela sua utilização como prisão política durante o regime do Estado Novo que o edifício é hoje mais conhecido, tendo sido local de cativeiro de alguns dos mais sonantes nomes da luta anti-regime.
Ali funciona o Museu Nacional da Resistência e Liberdade.
O CABO CARVOEIRO
O Cabo Carvoeiro destaca-se pela sua beleza paisagística, conferida pelas formações rochosas esculpidas pelo mar ao longo da costa. Um dos exemplos destas formações é a chamada Nau dos Corvos, assim chamada por se tratar de um rochedo que se assemelha a uma embarcação parcialmente naufragada.
Perto destas formações rochosas encontra-se a gruta da Furninha, uma cavidade natural onde foram descobertos vestígios arqueológicos do período pré-histórico. Pensa-se que terá sido utilizada como abrigo e como necrópole, tendo sido ali descobertos vestígios de várias épocas que podem ser observados no Museu Municipal de Peniche.
Sendo um dos pontos mais ocidentais da Europa, o Cabo Carvoeiro é um dos pontos de passagem de aves migratórias, pelo que se trata de um excelente local para fazer observação de aves.
No cabo fica ainda localizado um dos seis faróis mandados construir por um Alvará pombalino de 1758. Trata-se de um dos faróis mais antigos ainda em funcionamento do nosso país, com uma altura de 27 metros a partir do solo e 57 metros acima do nível do mar.
AS BERLENGAS
Daquele local tem-se uma vista privilegiada para outro importante património do concelho, o arquipélago das Berlengas, formado pelas ilhas Berlenga, Estelas e Farilhões.
Nestas ilhas encontram-se várias espécies animais e vegetais protegidas e paisagens naturais de grande beleza, inclusivamente debaixo de água. De resto, é um local de eleição para a prática de mergulho.
Na ilha Berlenga fica situada outra fortificação, o Forte de São João Baptista, mandado construir em 1651 pelo rei D. João IV pela sua posição estratégica.
O BALEAL
O Baleal – que deve o seu nome à função que tinha na actividade de caça à baleia -, que em tempos foi uma ilha, é uma pequena península a norte de Peniche, unida ao continente por um tômbolo que forma uma praia de areia fina a norte e outra a sul.
Tal como o Cabo Carvoeiro, o Baleal é marcado pela beleza das formações rochosas junto à costa e na sua continuação ergue-se a ilhota das Pombas e o ilhéu de Fora.
A RENDA DE BILROS
No centro de Peniche, a estátua da Rendilheira dá a conhecer a tradição de mais de 400 anos da renda de Bilros, que se pode conhecer melhor no museu que lhe é dedicado. Do espólio fazem parte muitas peças antigas e seculares.
Esta é uma arte que o concelho tem procurado preservar através da abertura da Escola de Bilros, onde a mestria vai passando de geração em geração.
OS AMIGOS DE PENICHE
Quem nunca ouviu nos “Amigos de Peniche”. A expressão é utilizada de duas formas, aliás. Trata-se de um doce parecido com um pastel de feijão, cujo nome é inspirado na expressão idiomática. Esta expressão é utilizada para descrever uma pessoa com a qual não se pode contar, mas a sua origem não é no povo de Peniche, mas sim nas tropas inglesas que ali desembarcaram para auxiliar D. António, Prior de Crato, a reaver a coroa portuguesa tomada por D. Filipe II de Espanha. Tomados sobretudo pela peste, os ingleses acabaram por retirar antes de ajudar D. António a tomar Lisboa, o que levou os seus apoiantes a questionar onde estariam “os amigos que vêm de Peniche”.
A TECNOLOGIA
Foi no concelho de Peniche, mais precisamente em Ferrel, que esteve projectada a construção de uma central nuclear em Portugal, ideia abandonada graças à acção de contestação social que se gerou.
Curiosamente, naquele local, está em desenvolvimento adiantado um projecto de produção de energia limpa através do aproveitamento das correntes marítimas.
Este é apenas um dos exemplos da investigação que se faz no concelho, onde a Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar (ESTM), do Instituto Politécnico de Leiria, faz desenvolvimento da potencial que o mar tem para dar à sociedade actual e futura.
A ESTM está este ano a comemorar o seu 20º aniversário. Começou com 77 alunos e ultrapassa hoje os 1500.
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