A FORMAÇÃO VISTA POR DENTRO – Fake News

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Repentinamente irrompe na minha página pessoal da rede social a notícia do falecimento de uma figura notória e muito querida das Artes. Primeiro impulso? Corresponder à notícia triste na forma coletiva e pesarosa como já tantos estavam a fazer. Mas, espera aí! Como a Pessoa em causa tem notoriedade política e social desfavorável às maiorias vou ver qual a fonte da notícia e quem a está a propagar. Ora bem, ação cautelosa e consciente que me salvou de ir na onda da carneirada e da tristeza que já me invadia. Era uma mentira vagabunda com rótulo de proveniência fidedigna.
Na Nova Era da Mídia em que vivemos, estamos constantemente cercados por todos os tipos de informação, desde questões políticas até propagandas e marketing, que nos chegam sem outro filtro além da nossa própria capacidade de avaliar criticamente a validade das informações recebidas. As informações tendenciosas parecem ser particularmente difíceis de descodificar para a demografia menos alfabetizada em mídia. Embora as taxas de alfabetização digital tenham provado não levar em conta a idade ou o nível educacional, verifica-se que, designadamente alunos adultos e educadores/professores/formadores, na esperança de melhorar as suas competências digitais, se posicionam com vulnerabilidade às “fake news”. Consciencializar sobre o conceito de notícias falsas e fornecer ferramentas para combatê-lo é, a nosso ver, uma das àreas de Educação/Formação que vão emergir em 2019 com muita força. E, no Emprego também!

A designada 4ª Revolução Industrial (4RI) não inclui nos seus elementos criticos estas questões. E, no entanto, esta parece emergir com o potencial para ocupar lugares cimeiros na 4RI destacando algumas das suas organizações produtivas como corporações mundiais e de topo em todos os índices bolsistas. Muitos novos postos de trabalho estão sendo criados e para as quais nós portugueses temos uma apetência reconhecida. Está-nos no ADN.
Ora, estas notícias chegam-nos sem outro filtro que não seja a nossa própria capacidade de avaliar criticamente a validade das informações recebidas. E, muitas destas, são cientificas ou de razoável complexidade para as desprezarmos. Podem pois assumir a forma de informações tendenciosas ou de nos influenciarem nos nossos gostos (que estas plataformas muito bem conhecem). O que fazer? Aumentar o grau de consciencialização sobre o conceito de notícias falsas e fornecer ferramentas para combatê-lo.
Assim, em 2019 e seguintes vão surgir certamente alguns Projetos Europeus, talvez muitos, já que o colégio de Comissários sinalizou essa prioridade, que procurão melhorar a alfabetização digital de alunos adultos e de crianças e jovens, fornecendo-lhes ferramentas para identificar notícias falsas e combater a disseminação da desinformação online. A metodologia segue uma matriz reconhecida. Depois de compilar um banco de dados de práticas recomendadas, os parceiros treinam educadores/formadores/professores que, por sua vez, entregam a laboratórios “Check IT Out” alunos/formandos certificados/qualificados. As organizações em geral e muito particularmente as empresas europeias agradecem e avançam em mais um tentáculo da sua rede de negócio. Criam-se muitos postos e dá-se trabalho e algum dinheiro (pouco) a muita gente, mas a Europa continua arredada da “Champions” das Corporações mundiais. Portugal tem a sua “web Summit” o que sendo bom (muito bom mesmo) não assenta na criação inteligente de um alfobre de juventude competitiva e com “mundo”. As academias dedicadas a estes temas e competências podem seguir o exemplo das boas academias de formação em futebol. É que, no futebol, somos memo muito competitivos…e gostamos de chegar mais Longe e ser sempre Campeões.

Etelberto Costa
etelbertocosta@gmail.com