Cerca de 90% das empresas do Oeste ainda não receberam apoios do Estado

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    As empresas estão a preparar o regresso à actividade recorrendo à aquisição de equipamentos de protecção individual

    A AIRO (Associação Empresarial da Região Oeste) divulgou a segunda versão do barómetro empresarial do Oeste. O desemprego abrandou e até há empresas que tencionam contratar no pós-covid. Ainda assim, o dado que mais chama a atenção é que cerca de 90% das empresas que pediram apoios ao Estado ainda não receberam as verbas, tendo que suportar elas próprias a situação. Outro dado curioso é que mais de metade dos inquiridos tenciona apostar na área comercial para fazer face a este período.

    Praticamente 90% das empresas oestinas que recorreram a medidas de apoio financeiro do Estado durante a fase de emergência nacional ainda não os receberam. Esta é uma das principais conclusões da segunda versão do barómetro empresarial da região que a Associação Empresarial da Região Oeste (AIRO) está a desenvolver e cujos resultados serão apresentados a curto prazo.
    O questionário decorreu até ao dia 4 de Maio e conseguiu reunir cerca de 250 respostas, numa amostragem com empresas de vários sectores e com diferentes dimensões.
    A segunda versão do barómetro da AIRO permite também perceber que o lay-off simplificado foi, entre as medidas de apoio anunciadas pelo Governo, aquela a que mais firmas oestinas recorreram, seguindo-se as moratórias de créditos, os apoios da segurança social, as linhas de crédito e as medidas fiscais, como diferimento de impostos.
    Entre as empresas que estão em regime de lay-off, e que responderam ao questionário, cerca de um terço planeia reabrir ainda em Maio, sensivelmente outro terço estima que a abertura de portas ocorra em Junho ou Julho e os restantes ainda não sabem prever o regresso à actividade. Sobre o regresso à normalidade, mais de um terço acredita que vai demorar mais de um ano e apenas 8% pensa que isso irá ocorrer num mês.
    Um dado importante que já é possível aferir é o abrandamento dos despedimentos. Na primeira versão, lançada nas primeiras semanas de Abril, a AIRO previa que a covid-19 levasse ao despedimento cerca de 12 mil pessoas só na região Oeste. Agora já é possível perceber que as empresas estão a equacionar menos o despedimento. São “apenas” 11,7% dos empresários a equacionar essa possibilidade. Trata-se de uma descida de quatro pontos percentuais face à primeira versão, em que quase 16% das empresas estava a ponderar despedimentos.
    Neste campo há ainda a registar que cerca de 20% dos inquiridos suspendeu contratos a recibos verdes ou de prestações de serviços e que cerca de 5% procurou mais mão-de-obra pelas mesmas vias.
    A crise de Covid-19 já teve impactos em 60% das empresas do Oeste. Apenas cerca de 9% das empresas não sofreu impactos ou considera que o risco de vir a sofrer complicações económicas devido à pandemia é baixo.
    Mais de 40% dos questionados refere quebras no volume de negócios superiores a 80%, sendo que em contraciclo houve 2,4% que conseguiram aumentar durante esta fase.
    Quase 90% dos empresários considera que a covid-19 apresenta um risco muito elevado para a economia nacional e os restantes consideram que representa um risco moderado. Ninguém respondeu que não representava riscos ou que estes eram baixos.
    Outra preocupação que está na mente de quem gere as empresas é a questão das exportações. Entre os que responderam, muito poucos consideram que a exportação não está limitada, sendo que a grande maioria considera que está ou limitada ou muito limitada.

    APOIO NA REABERTURA

    A AIRO está a ajudar as empresas na reabertura, tendo preparado uma lista de fornecedores de equipamentos de protecção individual, certificados e a bons preços. O valor médio para as empresas é de 2600 euros mensais, sendo que no mínimo serão precisos cerca de 300 euros. Outra medida será o apoio gratuito aos empresários nas candidaturas para fundos destinados à compra destes equipamentos. A AIRO está também a preparar formações.
    A segunda versão do barómetro contou com a colaboração de outras associações, como a ACCCRO, a ACSIA (Alcobaça), a MOV.Peniche e ADL (Lourinhã).
    Até à última semana de Maio haverá um novo questionário para dar azo a novo barómetro e, possivelmente, em Junho haverá uma outra ver