Economia Circular e Industria 4.0

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O termo Industria 4.0 define a 4ª revolução industrial que será baseada em tecnologias virtuais e digitais, que permitirão a integração vertical e horizontal dos sistemas de produção que poderão utilizar e trocar dados em tempo real e assim personalizar a produção. A componente serviços será muito mais relevante que na 3ª revolução Industrial (tal como na economia circular).
Esta revolução vai alterar de forma radical a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos com os outros. A escala, âmbito e complexidade e as transformações que vai gerar, não têm paralelo na história da humanidade.
As tecnologias que já estão a proporcionar esta revolução são as mesmas que também estão a criar condições para a transição para a economia circular: inteligência artificial, robótica, a internet das coisas, veículos autónomos, impressão 3D, nos novos materiais, na genómica, nanotecnologia, biotecnologia, novas e mais sustentáveis formas de produção e armazenamento de energia, computação cloud e quantum.
Tal como na 3ª revolução industrial, a indústria continua a basear-se nas tecnologias digitais e na automação, mas agora existe a possibilidade de as tecnologias estarem conectadas através de sensores e outros sistemas que ligam o mundo real ao mundo virtual, através da internet, muitas vezes sem a intervenção do fator humano.
Tal como as anteriores revoluções industriais, a indústria 4.0 tem um grande potencial para melhorar o nível de vida dos cidadãos, mas também comporta riscos de vária natureza. Pode alargar o fosso entre aqueles que tem as competências tecnológicas necessárias para beneficiar das vantagens e dos empregos associados a esta revolução, e os info-excluídos que poderão ficar desempregados ou ter de viver com salários muito baixos. Um relatório do Fórum Económico Mundial de 2016 aponta para que a 4ª revolução industrial destrua 5 milhões de empregos. Muito do apoio aos populismos que crescem por todo o lado são cidadãos que já estão a sofrer o impacte destas alterações ou que receiam vir a ser afetados.
Contrariamente às anteriores revoluções a industriais, a 4.0 não tem uma dependência tão acentuada do capital e do trabalho intensivo e implica uma utilização menos intensiva dos recursos naturais. A localização geográfica não tem a mesma importância porque a distância deixa de ser um problema. O que importa nesta nova economia é reunir as competências mais adequados do ponto de vista da educação e tecnologia, associadas a inovação e ao empreendedorismo.
A disrupção tecnológica abrirá oportunidades ao surgimento de start-ups de base tecnológica. Estas empresas, se forem ágeis e inovadoras, podem competir com as grandes empresas já instaladas pois podem beneficiar das plataformas digitais globais para investigação, desenvolvimento, marketing, vendas e distribuição, se, por exemplo, oferecerem produtos e serviços com melhor qualidade, velocidade, valor e preço.
A região poderá beneficiar desta revolução se criar condições para o desenvolvimento de start ups locais ou para atrair talentos nacionais ou internacionais que, beneficiando das excelentes condições que dispõe, como a qualidade de vida e dos bons acessos, decidam instalar as suas empresas no Oeste.
Importa criar condições como melhoramento das infraestruturas tecnológicas as acessibilidades e estratégias de marketing que possam atrair estes novos empreendedores e tornar a região mais competitiva.