O ceramista de Barcelos que veio estudar para as Caldas

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Gazeta das Caldas
Adélio Correia, com o livro dedicado ao seu pai | N.N.

Foi lançado, a 29 de Setembro, nos jardins do Museu de Cerâmica, o livro “João Macedo Correia 1908-1987 – O Legado de um Ceramista” de Adélio Correia. A obra foi apresentada pela investigadora Isabel Maria Fernandes e o autor, filho de João Correia, também marcou presença na apresentação do livro, uma co-edição do município de Barcelos e do Museu de Olaria.

 

João Macedo Correia, natural de Barcelos, veio em 1927 estudar para as Caldas da Rainha. Tinha então 19 anos e esteve na cidade termal durante seis meses. Estudou na Escola Comercial e Industrial e fez amizade com ceramistas de renome nacional, como Francisco Elias e Avelino Belo e com os escultores António Duarte e João Fragoso.
“Ele manteve ligações com as Caldas ao longo da sua vida”, disse Isabel Fernandes, investigadora na área da cerâmica, acrescentando que João Macedo Correia trocou correspondência com ceramistas que lhe “fizeram várias encomendas na sua fábrica”.
Segundo a especialista, o acervo documental de João Correia permitiu aos investigadores clarificar algumas das confusões que subsistem entre “Louças de Barcelos” e “Louças das Caldas”. Isabel Fernandes deixou a sugestão de se fazer um livro e uma exposição para esclarecer algumas dúvidas que ainda persistem sobre a produção cerâmica das duas localidades.

O autor do livro, Adélio Correia, é filho de João Macedo Correia e destacou o grande interesse do seu pai pela cerâmica, que o levou a aprender francês e Química para ter melhor acesso ao conhecimento desta área. “O meu pai foi um homem que se fez sozinho e que viu logo que a olaria estava condenada”, disse Adélio Correia, acrescentando que ele preferiu dedicar-se à cerâmica artística.
O lançamento do livro sobre João Correia fez parte da programação das Jornadas Europeias do Património, que este ano se dedicaram ao tema “partilhar memórias”.