Comitiva brasileira visitou várias empresas do sector da cerâmica portuguesa

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notícias das CaldasEsteve nas Caldas, durante alguns dias no início de Julho, uma pequena comitiva de responsáveis políticos brasileiros que vieram a Portugal conhecer melhor o seu sector cerâmico.
No dia 5 de Julho  visitaram o Cencal, após terem estado na Feira Internacional do Artesanato (onde a Amazónia também tinha um pavilhão com produtos artesanais), em Lisboa, bem como em fábricas e ateliers de cerâmica de várias localidades portuguesas.

No Oeste visitaram a Molde e a Braz Gil Studio, o Museu da Fábrica das Faianças Bordalo Pinheiro. Em Alcobaça e Porto de Mós estiveram nas Cerâmicas S. Bernardo e na J. Coelho da Silva SA. No Ramalhal (Torres Vedras) estiveram na Uniceram e em Mafra visitaram a Olaria Batalha e a Aldeia de José Franco. Também foram visitados ateliers cerâmicos nas Caldas, Óbidos e Alcobaça, bem como a ESAD.
Do grupo fazia parte Daniel Borges Nava que é secretário de Estado de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídrico, Flávia Grosso, superintendente da Zona Franca de Manaus pertencente ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Relações Internacionais, bem como a directora daquela instituição, Eliane Gomes e Jussará Lummentz, pró-reitora académica da Universidade La Salle de Manaus.
Para Flávia Grosso, que é responsável pela dinamização da Zona Franca de Manaus (que conta com mais de 118 mil trabalhadores directos e meio milhão indirectos), esta foi uma visita muito proveitosa pois foi possível conhecer desde “a produção de tijolos e telhas até às várias formas de cerâmica decorativa e artesanato português, cuja produção é feita em pequena e em grande escala”.
Segundo aquela responsável, o governo brasileiro está apostado na consolidação de um pólo cerâmico dentro do pólo industrial de Manaus e por isso a pertinência desta visita a terras lusas que decorreu no âmbito de um projecto de cooperação com o Cencal.
“Possuímos uma grande reserva de matéria prima, não só de barro vermelho como também de caulino, ambos de alta qualidade e por isso estamos interessados em desenvolver este sector”, acrescentou.
Segundo Daniel Borges Nava, é preciso aproveitar a facilidade da língua para criar uma relação positiva entre os dois países. Conhecedor do momento económico difícil que Portugal atravessa, este político amazonense considera que é necessário “usar a criatividade e o intercâmbio das nossas inteligências para ajudar a ultrapassar as dificuldades”.
Daniel Borges Nava acha até que o Brasil pode ajudar Portugal pois é um grande mercado onde os empresários lusos podem chegar, dando algum do seu conhecimento para que por terras brasileiras se possam começar a desenvolver áreas até aqui menos exploradas.
O pólo industrial de Manaus dedica-se à alta tecnologia – da electrónica à produção de motos de pequena e grande cilindrada, à injecção plástica, a produção de telemóveis, televisões, etc. No pólo cerâmico de Iranduba, uma cidade fronteira a Manaus, também já se produzem tijolos e telhas e este é um mercado em grande crescimento devido ao “boom da construção civil”, disseram os dois responsáveis brasileiros.
Além da grande aposta  na criação de casas por parte do Estado – para pessoas com menos condições económicas –, contribuem para o crescimento destes sectores a aproximação dos grandes acontecimentos no Brasil como o Mundial de Futebol em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.
Os dois responsáveis esperam que seja possível estabelecer pontes com empresários e escolas portuguesas efectivando uma relação que pode ser de “ganha-ganha” para os  dois países.
Em Outubro próximo terá lugar uma feira internacional dedicada aos produtos da Amazónia Brasileira e que Flávia Grosso e Daniel Borges Nava esperam poder contar com alguns dos empresários portugueses com quem estabeleceram contactos nesta visita a Portugal.
Ambos salientaram a forma como foram recebidos e agradeceram a todos pela receptividade e pela visão global que levam para o seu país das várias vertentes do trabalho cerâmico em Portugal. Integrada na comitiva esteve a pró-reitora da Faculdade La Salle de Manaus, Jussará Lummentz, que encetou contactos com os responsáveis da ESAD com o intuito para estudar a possibilidade de intercâmbios entre os alunos e professores das duas escolas.