Nutrifield completou 18 anos e está a preparar futuro com mais inovação

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Luís Marques e Pedro Almeida fundaram a empresa a 9 de janeiro de 2007
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Empresa começou numa câmara frigorífica e hoje dá apoio à agricultura por todo o país

A Nutrifield, fundada em 2007 por Pedro Almeida e Luís Marques, tornou-se uma referência na nutrição vegetal. Baseada na Lagoa Parceira, a empresa, que começou modestamente numa câmara frigorífica, evoluiu para uma organização reconhecida nacionalmente pela sua abordagem inovadora, centrada na saúde das plantas e dos solos.
A ideia de criar a Nutrifield surgiu da busca de algo novo nas carreiras pessoais dos fundadores, que já trabalhavam na área do comércio de produtos para a agricultura. “Trabalhava numa multinacional francesa, que era muito boa a ensinar, tecnicamente, mas tinha muita vertente de números e estávamos limitados porque tínhamos poucas ferramentas”, conta Luís Marques. Foi uma viagem a Itália que lhe abriu novas perspetivas. “Numa casa da rega tirei o rótulo de um produto que se utilizava lá muito, guardei e, mais tarde, numa altura em que o meu caminho com o dessa empresa estavam a desviar-se, enviei um e-mail para a Itália e da resposta começou o novo projeto da Nutrifield”, recorda.
Pedro Almeida enfrentava um dilema semelhante na empresa onde estava. “Trabalhava com uma gama de produtos muito limitada e não me sentia bem, perante os clientes, por ter que recomendar produto só por interesse comercial”, acrescentou. Pedro Almeida também estava nessa viagem a Itália. “Levámos um grupo de fruticultores importantes na região para que pudessem aprender e trazer inovação com o que de melhor se fazia na Europa, e talvez no mundo, ao nível da produção fruteira”, afirma.
“Foi a partir daí que nos tornámos agentes da mudança na região”, destaca Pedro Almeida, que recorda que os métodos que aconselharam os fruticultores a adotar nos seus pomares começaram por causar ceticismo, mas são hoje amplamente implementados.
Essa mudança passou pela introdução de toda uma nova filosofia, concentrando a aplicação de produtos ao nível da nutrição, em vez dos fitofármacos, mas também ao nível da plantação e estruturação das próprias árvores.
“Nós trabalhamos com nutrição. Algo que faça combater uma praga, ou uma doença, será a nível da nutrição, ou pelos compostos fenológicos destes nutrientes, que induzam reações da planta”, explica Pedro Almeida.
Luís Marques recorda que, à época, a produtividade média num pomar de maçãs era de 20 a 25 toneladas por hectare. “Hoje, um bom pomar consegue, pelo menos, 40 toneladas com essas metodologias que incentivámos os produtores a adotar”, afirma.
Mais do que vender produtos, desde o início, a filosofia que quiseram introduzir foi a de “criar mais-valia no setor primário”, diz Luís Marques. Para isso, a empresa trabalha com multinacionais líderes em nutrição vegetal e fisiologia das plantas, baseadas principalmente em Itália e Estados Unidos da América.
“O nosso objetivo é fazer mais com menos, seja ambiental, seja a nível económico, do produtor”, afirma Luís Marques, “e estar no topo da inovação, numa altura em que a agricultura está numa grande mudança pelas questões climáticas”, acrescenta Pedro Almeida, reforçando que o objetivo da empresa é contribuir para o desenvolvimento sustentável da agricultura, apoiando os agricultores em todas as etapas do processo produtivo.
Além do foco em cuidar da saúde das plantas, a Nutrifield aposta também na regeneração dos solos, reconhecendo a sua importância para a produtividade agrícola sustentável. Pedro Almeida explica que “ num solo saudável as plantas aumentam a produtividade e sofrem menos stress”. Luís Marques complementa que essa saúde pode ser conseguida pelo fortalecimento das culturas de micro-organismos nativos dos solos, tecnologia na qual a Cosmocell, um dos fornecedores da Nutrifield, é pioneira.
Esta abordagem não é apenas benéfica para o agricultor em termos económicos, mas também para o ambiente, permitindo uma agricultura que reduz a dependência de produtos químicos e potencia a produtividade a longo prazo, acrescenta.
A Nutrifield começou num pequeno espaço cedido pelos pais de Luís Marques. “Imprimíamos rótulos à noite e colávamos manualmente nos produtos. De dia, íamos para o campo”, recorda. Hoje, a empresa conta com 12 colaboradores e está distribuída por todo o país, mas o crescimento tem sido sempre sustentado. “Preferimos crescer em escada, estabilizando a cada degrau, em vez de correr riscos desnecessários com um crescimento acelerado”, explica Pedro.
O próximo passo será a construção de novas instalações que permitam acompanhar a evolução da agricultura sustentável. “Estamos a preparar-nos para a agricultura do futuro, que será marcada pela economia circular e pela digitalização”, revela Luís Marques. Em fase de projeto estão novas instalações que, além de aumentarem a capacidade de armazenagem, vão permitir à empresa dar o passo seguinte. Este consiste na disponibilização, através de uma empresa parceira, de um serviço baseado em recolha de dados diretamente das plantas e dos solos e recurso a Inteligência Artificial para antecipar as necessidades dos nutrientes a aplicar, para uma abordagem ainda mais precisa.
“Vamos deixar de fazer uma recomendação que, embora baseada no conhecimento que adquirimos, é quase empírica, para dar à planta o que ela está precisamente a precisar, porque está a produzir hormonas de stress, determinados químicos que estão associados a doenças, ou que a deixam suscetíveis ao ataque de pragas, ou ainda porque não está a fazer a fotossíntese como era suposto”, explica Pedro Almeida.
A empresa organiza ainda formações regulares e participa em eventos para partilhar conhecimento e discutir as melhores práticas, com o objetivo de ajudar os agricultores a estarem na linha da frente da agricultura sustentável e amiga do ambiente, valores cada vez mais valorizados pelos clientes, quer do retalho, quer finais.
Exemplo disso será um congresso que a empresa irá realizar na última semana de fevereiro nas Caldas da Rainha, que irá trazer especialistas para falar da saúde do solo e de inovação na agricultura. ■

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