Parque Empresarial de Turquel depende da colaboração da população e da vontade da autarquia

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O anteprojecto do Parque prevê 69 lotes distribuídos por uma área de 500 mil metros quadrados

Uma década depois de a criação de uma Zona Empresarial em Turquel ter começado a ser discutida, os promotores acreditam que está na hora de o projecto sair do plano das intenções. E para que isso aconteça, duas coisas são fundamentais: que a população esteja disposta a colaborar e que a Câmara de Alcobaça reserve a zona destinada à estrutura na revisão do Plano Director Municipal (PDM) em curso.
A julgar pela afluência de cerca de uma centena de pessoas que na tarde do passado domingo, 30 de Setembro, se juntaram na cave do Hóquei Clube de Turquel para a apresentação do anteprojecto do Parque Empresarial, o apoio popular parece estar bem encaminhado. Além disso, 43 proprietários assinaram já um documento a garantir que metiam os seus terrenos à disposição do projecto.
O que ficou sem resposta foi a posição da Câmara quanto à reserva da zona junto ao IC2, entre Charneca do Carvalhal e Redondas, em PDM. É que apenas os vereadores do PS e da CDU estiveram na reunião pública, onde foi notada a ausência de qualquer representante da maioria PSD, não obstante a presença de vários elementos da JSD concelhia.
Em entrevista à Gazeta das Caldas o presidente da autarquia, Paulo Inácio, garantiu que “não é o Município de Alcobaça que vai cortar qualquer investimento privado”, ainda que a opção estratégica da Câmara passe por concretizar a Área de Localização Empresarial da Benedita, para a qual foi já comprado um terreno por 5,5 milhões de euros.Para o presidente da Junta de Freguesia de Turquel, José Carlos Tereso, a Zona Empresarial de Turquel “está numa zona muito melhor que o projecto da Benedita” e trata-se de “uma mais-valia” não só para Turquel, mas também para as freguesias vizinhas, como Évora de Alcobaça, Vimeiro ou Benedita. Defendendo que este “é um projecto para os nossos filhos”, o autarca admite que a empreitada “se calhar ainda vai demorar muitos anos” a concretizar-se, e que numa altura em que falta dinheiro, tudo se torna mais difícil. “Mas só custa o primeiro investimento”, afiança.
A necessidade de as pessoas se unirem em torno de um projecto que pretende “arranjar avenidas, janelas para o futuro”, foi também salientada pelos promotores. Luís da Avó Ribeiro apontou mesmo a possibilidade de fazer um peditório para angariar verbas que permitam pagar o projecto da Zona Empresarial, para o qual não há ainda qualquer orçamento, mas que deverá ascender a “vários milhares de euros”.
A Zona Empresarial de Turquel deverá abranger uma área de 500 mil metros quadrados, dividida em 69 lotes, cinco dos quais dizem respeito a empresas que já existem. Um projecto ambicioso cuja concretização terá que ser feita de forma faseada. “Só arrancamos quando tivermos pessoas interessadas”, diz Luís da Avó Ribeiro, que não consegue ainda apontar uma estimativa dos custos globais do Parque Empresarial.

Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt