Oficina da Semente e do Pão é hoje inaugurada nas Gaeiras

0
885
Eduardo Silva junto dos troncos petrificados que estão a ser analisados pelo Museu Nacional de História Natural

A Junta de Freguesia das Gaeiras inaugura hoje, 5 de Outubro, pelas 15h30, a Oficina da Semente e do Pão, juntamente com o Forno Comunitário, integrado nas comemorações do 27º aniversário da freguesia.
O imóvel, que se encontrava em elevado estado de degradação, foi doado pelos seus proprietários – a família Quitério, que ainda hoje mantém uma fábrica de moagem nas Gaeiras – juntamente com um lote de terreno de 400 metros quadrados. A Junta procedeu à sua recuperação orçada em 50 mil euros, comparticipada em 23 mil euros pelo PRODER, no âmbito de uma candidatura feita para recuperação do património em zonas rurais.
No espaço envolvente, ficará um pequeno núcleo museológico, com destaque para as peças originais do moinho, como é o caso do fechal, mastro, balanças, ou ainda o maró, peneiro e triturador de grão.
O espaço está também valorizado com a fonte de alcatruzes, um arado de 1930, uma cardadeira e um conjunto de troncos petrificados. Após  a inauguração, haverá convívio, com porco no espeto, acompanhado de pão cozido no forno comunitário e vinho tinto das Gaeiras para todos.

O moinho, construído em 1920, foi recuperado e voltará a moer cereais

A descoberta dos troncos petrificados foi feita pelo presidente da Junta, Eduardo Silva, há três anos, aquando de desaterro feito para construir o armazém da Junta de Freguesia, junto à extensão de saúde das Gaeiras. Entretanto, uma nova intervenção no local permitiu encontrar mais troncos e ramadas, que o autarca acredita serem bastante antigos e que estão agora a ser analisados pelo Museu Nacional de História Natural.
Eduardo Silva aguarda o parecer técnico para, depois de saber a idade dos fósseis, poder colocá-los em exposição devidamente catalogados.
“Isto poderá vir enriquecer a história da freguesia”, disse o autarca à Gazeta das Caldas, garantindo que se trata de uma memória histórico-cultural a preservar.
Entre as várias utilizações do achado, Eduardo Silva encara a possibilidade de venda, em pequenos sacos e devidamente identificados, para ajudar na construção da nova igreja das Gaeiras. Mas, “só as pedras mais pequenas porque as grandes não serão comercializadas, são património da freguesia”, realçou, acrescentando que são algumas dezenas de pedras pequenas e cerca de 20  de grandes dimensões.
Até agora os vestígios mais antigos das Gaeiras eram da cidade romana de Eburobrittium, que os historiadores acreditam que se tenha desenvolvido a partir do final do séc. I a.C., sobrevivendo até à segunda metade do século V d.C. .

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt