A minha homenagem ao Carlos “Louça-Fina”

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Os circos são em algumas das partes do mundo uma das expressões culturais mais ricas e das mais apreciadas. Os palhaços dão melhor contributo humorístico a este património artístico original.
Carlos Manuel Monteiro de Oliveira, vulgo “Louça-Fina”, nascido em Caldas da Rainha no dia 17 de Agosto de 1940, foi um palhaço nato e excêntrico extremamente dotado. Desenvolveu nas suas divertidas intervenções um modelo próprio de fazer humor e o estilo que melhor define e caracteriza o palhaço trapalhão. O traje de palhaço pobre, o clássico nariz de plástico e as pinturas fantasistas fieis à tradição, transformam a identidade deste anónimo polidor de móveis profissional, no “Faz-Tudo” mais amigo das crianças: o palhaço amador caldense “Louça-Fina”, “Aureliano”, “Espargueti” ou “Parafuso”.
Foi há 52 anos. Estreou-se no Casino do Parque. Em 1980, os palhaços “Louça-Fina”, Lopes “Epi” e Carlos Silva actuaram nos Pimpões num espectáculo que contou com grande afluência de público, promovido por um grupo de caldenses a favor da Liga dos Amigos da Rádio Renascença.
“Participei em diversas festas de natal: na fábrica Secla, Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Rol, Policia de Segurança Pública das Caldas, Bombeiros, ACR Campo, CTT das Caldas, Pimpões, Câmara Municipal do Cadaval, Empresa Claras em Alcobaça e Caldas da Rainha, Salão Ibéria e na Feira Internacional de Lisboa, tendo neste último espectáculo  actuado  o fadista Carlos do Carmo, entre outros”, conta.
Carlos “Louça-Fina”, destaca: “Também joguei futebol em várias equipas amadoras: Gaeiras, Óbidos, São Mamede, Amoreira, Vau, Águas Santas, G.D. Arneirense, G.D. de Tornada e nos Leões das Caldas na época de 1957/58, onde fiz algumas boas exibições ao lado de Zé Carlos, António Peixoto, António Maria, Carlos Manuel, Albuquerque, Carlos Viola, Firmino, António Casimiro, Cartaxo e Carlos Bacalhau, entre outros”.
Trabalhador honesto, educado e desportista, o Carlos “Louça-Fina” é credor da nossa estima e admiração e de certo, também, por parte de todos os caldenses.
Resta-me acrescentar que o Carlos “Louça-Fina”, uma das figuras mais populares das Caldas da Rainha,  que foi  exímio praticante na arte de fazer rir, – desta vez deixou-nos a chorar,  quando no passado dia 15 de Maio foi a sepultar no cemitério de Santo Onofre, acompanhado por centenas de amigos, que por coincidência, no dia mais emblemático da cidade, lhe quiseram prestar uma justa e merecida homenagem – afinal,  aquela que ele nunca recebeu em vida.
Obrigado Carlos por tudo o que fizeste pelas crianças, pelo desporto, pelos amigos e pela cidade que te serviu de berço.

Mário Lino