A obra de Raphael Imbert exposta na Alliance Française em Lisboa

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Udfdntitled-1 copyNa Galeria da Alliance Francaise de Lisboa, Rua Luís Bívar 91, perto da Fundação Goulbenkian abriu no dia 8 de Abril, uma exposição de pintura e escultura do artista plástico francês Raphael Imbert, cujo acto inaugural foi presidido pelo embaixador de França, Jean-François Blarel.
Na abertura da exposição, que ficará patente até ao fim do mês de Abril, o embaixador afirmou que “A França e Portugal mantêm, há vários séculos, relações políticas, humanas, culturais e económicas muito estreitas”. (…)
Raphael Imbert, marselhês de 67 anos, que habita na Vermelha (Cadava), onde possui o seu atelier, mantém uma intensa relação cultural e afectiva com Caldas da Rainha e possui uma vasta obra patente em museus e espaços públicos pela Europa.
Esta exposição representa uma das mais importantes manifestações artísticas de pintura e escultura levadas a efeito na Galeria da Aliance Française de Lisboa.
Raphael Imbert expõe 17 telas e 17 esculturas num registo surpreendente nas Artes Plásticas.
Os quadros e as esculturas são trabalhos abertos como fragmentos de um conjunto mais vasto, transportando-nos para um mundo de metáforas. A divisão da tela em quadriláteros entra em relação com o âmago da obra. O neoplasticismo é um mundo exacto que liga a ordem pictórica a uma utopia social, espiritual e poética.
As linhas paralelas e perpendiculares tensas, formam uma simetria dinâmica onde se movem planos esbatidos nas suas pinturas monocromáticas e volumetrias entrecortadas nas suas esculturas.
A Abstracção e o Neoplasticismo representam o caminho percorrido por Raphael Imbert.
Da sua visão da arte como composição abstracta, encontramos a influência do cubismo e uma espécie de análise que ao decompor a forma, alcança a Plástica Pura fundada nas relações das superfícies segundo uma lógica harmonia e equilíbrio.
A distribuição dos planos é centrifuga e rigorosamente estática parecendo aleatória e, no entanto, às vezes dizemos aleatória, e mesmo assim nunca lhe falta o equilíbrio que é deliberadamente ilógico para melhor nos surpreender pela evidência. Estes planos mantêm um diálogo estreito com a malha ortogonal que vem estruturar sem qualquer outra concessão, toda a superfície da pintura ou da volumetria escultural.
Influenciado por Mondrian, um pintor holandês e também pelo russo Malevich, usa uma linguagem gráfica abstracta que o leva em direcção a uma abstracção cada vez maior onde surgem “Os jogos do visível e do invisível” ou a “Abstracção geométrica onde o quadrado se afirma em todas as suas virtualidades”, que constituem o título e subtítulo desta destacada exposição.
 António Marques